14 DE ABRIL DE 2017
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O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — De facto, hoje em dia, temos o desporto a financiar o Ministério da
Administração Interna.
Mais: quem decide, hoje em dia, se a tabela a ou b é aplicada, ou seja, se é desporto amador, se é desporto
de formação ou profissional, deixou de ser a tutela do desporto, passou a ser a sua tutela.
Sr.ª Ministra, face ao crescimento que se sente da impunidade relativamente a quem, semana após semana,
cria insegurança nos eventos desportivos, parece-me que a sua resposta não pode ser só taxas e taxinhas em
cima dos clubes para efeitos de policiamento.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Por isso, Sr.ª Ministra, do ponto de vista concreto, qual é o plano de ação,
se está pensado ou não, para combatermos este flagelo e criarmos serenidade nos espetáculos desportivos de
forma a que eles possam, de facto, ser usufruídos pelos cidadãos, pelas famílias? Ora, isto não está a acontecer
pelo medo crescente que existe hoje em dia nesse tipo de espetáculos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Administração
Interna.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, a violência no desporto, como
sabe, é um fenómeno que não é, única e exclusivamente, securitário, é muito um fenómeno comportamental.
É verdade que se registaram 25 agressões a árbitros, sobretudo em jogos distritais e em jogos não
profissionais, e, por isso mesmo, foi determinado não só com a Federação Portuguesa de Futebol mas também
com o Conselho Nacional de Árbitros um modus operandi.
Foi criado um ponto de contacto nacional para que os árbitros possam comunicar sempre todas as ameaças,
independentemente do seu nível de concretização, por forma a poderem ser acompanhados. Naturalmente, os
árbitros devem indicar, através desse ponto de contacto nacional, não só as agressões ou ameaças de que são
vítimas para permitir o acompanhamento das mesmas — e, infelizmente, desde que este procedimento foi
instituído, houve um número muito reduzido de árbitros — mas também os seus percursos, sobretudo, os seus
planos de viagens, para que possam ser sempre acompanhados, tanto na ida como na vinda, por polícias.
De qualquer maneira, continuo a manifestar a disponibilidade total das forças e serviços de segurança para
acompanharem todo e qualquer árbitro ao recinto, tanto na ida como na vinda, e durante o jogo, sempre que o
árbitro solicite, tendo de dizer quando parte, onde pára e quando é o jogo, pois temos milhares de jogos neste
País.
Quanto à questão do policiamento, devo dizer que, nos termos de uma lei que o Governo de que o Sr.
Deputado fez parte ou apoiou em 2012, e que foi alterada em 2013, esse policiamento passou a ser facultativo
nos escalões não profissionais, portanto, sem ser na Liga, ou seja, passou a ser da iniciativa do promotor, com
base na sua própria avaliação de risco.
De qualquer das formas, é um policiamento suportado financeiramente pelo MAI (Ministério da Administração
Interna), através da sua Secretaria-Geral, em 90%, em 80% ou em 50% dos seus custos, dependendo das
modalidades. Por exemplo, nos escalões juvenis e infantis,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Ministra, por favor.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — … 80% desse policiamento é pago pela Secretaria-Geral do
MAI.
Portanto, a questão das taxas e taxinhas tem pouca relevância, porque é do Orçamento do Estado que sai o
dinheiro para esse policiamento.