14 DE ABRIL DE 2017
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A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Sr. Deputado, respondi-lhe com a verdade.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Infelizmente, não é a verdade!
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Se o Sr. Deputado me pergunta se consegui, até ao momento,
libertar aquele número, eu digo-lhe: «Não, Sr. Deputado! Não consegui!». Se gostaria de ter conseguido,
gostaria!
Portanto, se o Sr. Deputado não está habituado a ter respostas honestas, o problema é, naturalmente, seu,
não é meu.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PSD Carlos Abreu Amorim.
Sr. Deputado, quer que volte a dizer os números? Foram 299 num ano, 100 no outro. Divida por quatro anos
e tem 100 por ano. Portanto, chega de confusões quanto ao passivo herdado.
Aplausos do PS.
Quanto à questão do futebol, é um facto que houve aquela alteração legislativa que colocou a 100% nas
mãos das associações o pedirem ou não policiamento para os jogos. Portanto, não era revista ou avaliada e
agora vai ser, e muito bem.
Protestos do PSD.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — A lei estabelece que deveria ser revista em 2016. Estamos em 2017!
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Irei fazer, Sr. Deputado!
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Faça, faça! Já estamos em 2017!
A Sr.ª Ministra da Administração Interna: — Irei fazer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Susana Amador.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, o Relatório Anual de Segurança Interna de
2016 revela uma continuada e sustentada descida da taxa de criminalidade, uma redução de 7,1%, face a 2015,
sendo que, no que diz respeito à criminalidade violenta e grave, há uma descida de 11,6%, e demonstra
claramente a necessidade de eficácia e adequação de um modelo de segurança de prevenção e de proximidade,
de que os contratos locais de segurança são instrumentos privilegiados para colocar em prática um modelo que
agrega uma parceria intensa com a administração central e vários agentes públicos, com as autarquias locais e
parceiros locais.
Sr.ª Ministra, os fenómenos criminais e antissociais não se esgotam na vertente securitária e a sua prevenção
exige a participação ativa e permanente de vários departamentos governamentais e também dos municípios e
parceiros, imprescindíveis para o sucesso destas políticas públicas preventivas, sendo que os contratos locais
de segurança dependem, de facto, de uma leitura rigorosa da realidade local e da compreensão dos seus riscos.
Infelizmente, a direita, nos últimos anos, desvalorizou por completo estes instrumentos e os contratos locais
de segurança, permanecendo hoje apenas com o esforço da autarquia.
Sob a égide deste Governo e da sua tutela, foi lançada, e muito bem, uma nova geração de contratos locais
de segurança. Esta nova geração de contratos pretende encontrar respostas adequadas às necessidades