O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 DE ABRIL DE 2017

9

O Costa Segura foi implementado pelo Ministério da Defesa para auxiliar sobretudo os comandantes das

capitanias nas operações de busca e salvamento, nas operações SAR (search and rescue), precisamente na

sequência dos incidentes da Figueira da Foz.

O Costa Segura não se confunde com o SIVICC, que é um sistema de controlo da fronteira marítima — e

também terrestre, mas não temos fronteira terrestre externa — que permite, sobretudo, identificar desvios de

padrões de embarcações e navios, de forma a auxiliar em terra a atuação das polícias na identificação, por

exemplo, de situações de tráfico de droga e de ilícitos criminais desse género. Este é um sistema muito mais

evoluído, também muito mais caro, que está ligado ao EUROSUR (European Border Surveillance System), da

União Europeia.

Quanto aos metadados, o Conselho Superior de Informações já por duas vezes se pronunciou sobre essa

matéria e analisou também uma proposta de lei que em breve será agendada para apreciação dos Srs.

Deputados. Temos, assim, de ultrapassar a dificuldade assinalada pelo Tribunal Constitucional de uma forma

hábil e inteligente.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia para uma réplica.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Administração Interna, uma vez que se

trata de uma réplica, mantenho-me nos mesmos assuntos e nos mesmos temas e na segunda ronda falaremos

de outros.

Sr.ª Ministra, em relação aos programas Costa Segura e SIVICC, nós conhecemo-los, mas a questão, no

fundo, é a de saber se não há desperdício, se a articulação é suficiente, é necessária e se não poderia ser

melhor. É, basicamente, essa a questão.

Em relação à prevenção e ao policiamento de proximidade, sabemos que existe alguma formação, mas devo

dizer-lhe também, Sr.ª Ministra, que, nos nossos contactos, no nosso trabalho de casa, por assim dizer, a

informação que recebemos é que, na GNR, esse tipo de formação é muito escasso e, mesmo na PSP, não

chega a todos os agentes, pelo menos no grau que eles próprios entenderiam como suficiente, e por isso

levantámos essa questão.

Em terceiro lugar, Sr.ª Ministra, voltando à questão do aeroporto, à qual não respondeu, uma coisa que nos

dizem os responsáveis máximos de unidades de elite da nossa polícia, por assim dizer, é que, por exemplo, no

aeroporto de Lisboa, que todos conhecemos — mas também posso falar no aeroporto Sá Carneiro —, muitas

vezes os agentes não conhecem o que está por trás dos biombos onde estão zonas comerciais, zonas de

manutenção e outras. Ou seja, numa situação de emergência que, repito — e toco na madeira —, espero não

vir a acontecer, eles não sabem com o que se vão deparar. Portanto, também é muito importante essa situação

do aeroporto.

Por fim, quanto aos metadados, Sr.ª Ministra, queria dizer-lhe que, obviamente, o Governo, ao apresentar a

sua proposta, juntar-se-á — e bem! — à nossa, que já foi apresentada. Pode haver depois questões de detalhe,

mas digo-lhe, Sr.ª Ministra, que não há grande dúvida da nossa parte de que não há outra solução possível

senão entregar à secção penal do Supremo Tribunal de Justiça um grupo de juízes especializado para poderem

decidir sobre este assunto, mediante um procurador, um pedido e uma autorização delimitada, especificada.

Este é o único caminho.

Portanto, Sr.ª Ministra, mantenho o meu espanto e pergunto-lhe porque demorou o Governo tanto tempo

para chegar a essa mesma conclusão.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Essa é a nossa proposta, Sr.ª Ministra, e quase aposto que a do Governo

não será tão diferente como isso, podendo ter algumas alterações. Sr.ª Ministra, a proposta do Governo tarda,

já devia ter sido apresentada — mantenho essa ideia —, mas cá estaremos, disponíveis para discutir, para

dialogar e para chegar a um consenso que espero resolva esse problema. Repito, a nível europeu, em 24 ou 25