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I SÉRIE — NÚMERO 80

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parques industriais. Tudo o que implica com a vida dos mais de 10 milhões tem a ver com elas e com eles. Claro

que não passa à margem dos governantes regionais e nacionais, mas esses estão mais longe, ainda quando

tudo fazem para estarem mais perto.

Já disse, e repito: o poder local foi e é um «fusível de segurança» singular da nossa democracia.

Aplausos do PSD, do PS, do CDS-PP e da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.

O poder local não é isento de problemas e defeitos, como toda a obra humana, mas tem direito a ser, como

um todo, celebrado por uma vez, num 25 de Abril. E, a meses da realização do ato eleitoral que a inicia, todos

formulamos o voto de que a nova legislatura autárquica traga consigo, quer nas áreas de satisfação de

necessidades clássicas ou básicas, quer no desenvolvimento económico, ambiental, social e cultural — e,

portanto, humano —, quer nas novas vias de participação popular, passos ainda mais arrojados, promovendo o

progresso, combatendo a pobreza e as desigualdades, e fomentando um clima livre, plural e crítico, próprio das

democracias fortes e prospetivas.

Espero-o, também, a duplo título, como Presidente da República e como antigo autarca, durante 19 anos, no

mais rico, num seu vizinho, e no então, porventura, mais pobre município nacional.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Portugal não é um País perfeito.

Temos de melhorar, e muito, o que queremos oferecer de futuro aos nossos jovens, tal como aos nossos

anciãos, que tanto nos deram já.

Os dois anos e meio que faltam para o termo da legislatura parlamentar terão de ser de maior criação de

riqueza e melhor distribuição. Governo, seus apoiantes e oposições, que legitimamente aspiram a voltar a

governar, estarão, por certo, atentos a este imperativo, na multiplicidade enriquecedora das suas opções. Tal

como têm sido essenciais uns e outros, neste último ano e meio, ao garantirem a virtuosa compatibilização entre

a indispensável estabilidade e o salutar confronto político e parlamentar.

Mas, se Portugal tem de fazer mais e melhor, para sermos justos, havemos de admitir que somos uma Pátria

em paz, com apreciável segurança, sem racismos e xenofobias de tomo, aceitando diferenças religiosas e

culturais como poucos, com uma rede de instituições sociais devotada, um poder local incansável e um sistema

político flexível, e, nessa medida, mesmo se carecido de reformas, mais sustentável do que muitos outros dos

nossos parceiros europeus. Por isso, temos resistido à nova vaga dita populista que percorre esse mundo fora.

Com quase nove séculos de história, não trocamos o certo pelo incerto. Não sacrificamos uma democracia,

ainda que imperfeita, seduzidos por cantos de sereia de amanhãs ridentes, em que do caos nascerá o paraíso.

E, também graças ao 25 de Abril, temos dentro de nós caminhos suficientemente opostos e, portanto,

alternativos, embora todos eles crentes na democracia constitucional, para nos sentirmos dispensados de

aventuras sem regresso.

Em suma, temos muito orgulho na nossa história, no nosso patriotismo aberto ao universo, na nossa

capacidade para nos reinventarmos em democracia, mantendo-nos fiéis à nossa língua, às nossas raízes, à

nossa maneira de ser: plataforma entre culturas, civilizações, continentes e oceanos.

Numa palavra, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, nós orgulhamo-nos de Portugal.

Aplausos gerais, tendo o PSD, o PS e o CDS-PP aplaudido de pé.

O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Declaro encerrada a Sessão Solene Comemorativa do

XLIII Aniversário do 25 de Abril.

Eram 11 horas e 45 minutos.

A Banda da Guarda Nacional Republicana, colocada nos Passos Perdidos, tocou o hino nacional, tendo a

Câmara aplaudido de pé.

Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.