I SÉRIE — NÚMERO 81
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Protestos do PS, do BE e do PCP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, permita-me que manifeste
alguma perplexidade pelo facto de V. Ex.ª entender que os problemas do País se reduzem a saber por que é
que duas pessoas foram ou não foram nomeadas para o Conselho das Finanças Públicas.
Aplausos do PS.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não vai explicar agora?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Num país onde ainda há quase meio milhão de desempregados,…
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Demagogia!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … num país onde há tanta gente a sofrer com dificuldades, a preocupação de
V. Ex.ª é saber por que razão é que não aceitámos a nomeação de duas pessoas que nos foram propostas para
o Conselho das Finanças Públicas?!
Aliás, nem percebo — se o Conselho das Finanças Públicas era tão mau para o Governo, então o Governo
não teria interesse em alterar a composição do Conselho de Finanças Públicas? Não percebo qual é a sua
lógica!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Tendo o Conselho das Finanças Públicas o mérito de ter falhado todas as previsões, e o Governo — que foi
acompanhando, ao longo de 2016, todos os falhanços das previsões — não tinha interesse em remodelá-lo?!
Com toda a franqueza, não percebo essa sua preocupação.
Gostaria de tranquilizar o Sr. Deputado quanto ao seguinte: este Governo não vê as entidades independentes
como forças de bloqueio nem vê o Conselho das Finanças Públicas como V. Ex.ª viu o Tribunal Constitucional.
Não, nós não vemos o Conselho das Finanças Públicas como o senhor viu o Tribunal Constitucional!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Vamos passar ao Grupo Parlamentar do PS.
Para fazer perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Lara Martinho.
A Sr.ª Lara Martinho (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Primeiro-
Ministro, ao invés do que acabou de acontecer agora com o PSD, vamos voltar a falar de coisas que realmente
interessam ao nosso País.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Sr. Primeiro-Ministro, temos a capacidade de fazer coisas extraordinárias, as tais aritmeticamente
impossíveis. Demonstração disto são os resultados alcançados: um défice de 2%, o mais baixo da história
democrática; a economia, que cresceu 1,4%; as exportações, que registam novos máximos, e a taxa de
desemprego, que ficou no limiar dos 10%.