5 DE MAIO DE 2017
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das Finanças não autoriza que o acordo de empresa, que foi assinado em dezembro entre a administração e os
trabalhadores e que coloca na atualidade a contratação coletiva nestas empresas, seja aplicado e entre em
vigor.
Está em causa o direito constitucional à contratação coletiva e à liberdade de se firmarem acordos coletivos.
Aliás, a questão que colocamos é a de que, num quadro de conflito laboral, que já vem detrás naquela empresa,
está a agravar-se com esta atuação do Governo e isso é que perturba a normalidade das relações laborais, Sr.
Deputado.
A negociação e a contratação coletiva não podem ser condicionadas por mecanismos de chantagem, pressão
e por uma desigualdade de armas que se torna ainda mais grave quando o Estado se coloca numa posição
contrária aos trabalhadores, aos seus interesses e aos seus direitos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para um último pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr.
Deputado António Carlos Monteiro.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Ricardo Bexiga, é verdade ou
não que a atual baixa da taxa de desemprego ocorre com a reforma laboral realizada pelo anterior Governo?
Vozes do PS: — Ah…!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Vale a pena continuar a negar isso? Vale a pena continuar a
negar que a legislação, que foi aprovada pelo anterior Governo, PSD/CDS, é que tem permitido a criação de
emprego e a baixa da taxa de desemprego que, neste momento, é motivo de orgulho para todos nós?
É verdade ou não que há uma recuperação da contratação coletiva com essa mesma legislação? É que
contra factos não há argumentos! E convém que o Partido Socialista comece a ser mais claro. Afinal, quando é
que a concertação coletiva conta ou não conta? Quando é que a concertação social é relevante ou não? Quando
é que o PS cede aos seus parceiros à esquerda e quando é que não cede?
Era importante que soubéssemos o que é que o Partido Socialista pretende fazer em termos de matéria
laboral. Sabemos que foi notícia o facto de que teria havido um compromisso do Sr. Primeiro-Ministro, quando
a esquerda chumbou o acordo de aumento do salário mínimo, de que não mexeria na legislação laboral,
nomeadamente em matéria de contratação coletiva, sem ir à concertação social, no ano de 2017.
A verdade é que o PS tem vindo a dizer que não é bem assim, mas a prova dos factos — e o PS acabou de
anunciar aqui isso mesmo — é a de que vai votar contra estas alterações. Ou seja, aquilo que nos dizem é uma
coisa, mas a verdade é que todas as iniciativas dos vossos parceiros à esquerda têm sido chumbadas.
Portanto, convém que o PS clarifique esta contradição e, nomeadamente, que dê garantias sobre se
consegue aprovar aqui, na Assembleia da República, com a maioria que serve para apoiar o Governo, os
acordos que vier a assumir no âmbito da concertação social.
Temos, pois, a maior curiosidade em saber se o Sr. Deputado está em condições de dar essa mesma
garantia.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado Ricardo Bexiga, quando dei a palavra ao Sr.
Deputado António Carlos Monteiro, o Grupo Parlamentar do PSD telefonou para a Mesa, dizendo que se tinha
esquecido de inscrever a Sr.ª Deputada Susana Lamas para também pedir esclarecimentos. O Sr. Deputado vê
algum inconveniente em que eu dê a palavra à Sr.ª Deputada?
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Não, Sr. Presidente.