11 DE MAIO DE 2017
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O Bloco de Esquerda tem participado, tem feito propostas, tem colaborado para um caminho que pare o
empobrecimento em Portugal, seja por via dos rendimentos das pessoas — salários, pensões —, seja na
proteção do Estado social.
Mas nós não nos enganamos sobre as condições reais em que o País se encontra, um país muito desigual,
muito injusto e onde ainda há muito por fazer. E não nos enganemos, se setores tão essenciais para a nossa
vida, como a educação ou a saúde, têm hoje capacidade de resposta é por causa do investimento que tiveram
já há muitos anos, porque já há muito tempo que não veem, sequer, o suficiente para as suas despesas
quotidianas.
O orçamento da educação, neste momento, está abaixo dos 6% do PIB e o da saúde está muito pouco acima.
Não há uma alteração significativa na capacidade de resposta do Estado social e o Serviço Nacional de Saúde,
que é o orgulho deste País, pode vir a ser um problema grave se esta tendência não for invertida.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — São escolhas, e o Bloco de Esquerda bate-se pelas escolhas que protegem
os serviços públicos.
Por outro lado, se dizemos que é preciso responder a quem hoje está em greve — e sabemos que a greve
é tão complicada para os utentes que precisam do Serviço Nacional de Saúde —, é porque sabemos também
que essas reivindicações defendem o próprio Serviço Nacional de Saúde. É preciso responder-lhes e não fazer
de conta que isto é um incómodo ou algo que o Governo pode ultrapassar.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe o favor de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Concluo, Sr. Presidente, trazendo só um tema em brevíssimos 30 segundos.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, 30 segundos é um bocadinho demais, veja se consegue em 15
segundos.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Com certeza, Sr. Presidente.
Faz esta semana um ano que foi aprovado na Assembleia da República um projeto de resolução,
recomendando ao Governo a criação do estatuto do cuidador informal. Tantas pessoas neste País, porque este
é um dos países com menor taxa de cobertura de cuidados necessários…
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Concluo, Sr. Presidente, dizendo que muitas pessoas neste País são
obrigadas a deixar o seu trabalho para acompanhar a sua mãe ou o seu avô que têm alzheimer ou uma doença
similar. Passou um ano e estas pessoas continuam sem estatuto e sem qualquer proteção.
Sr. Primeiro-Ministro, isto não é aceitável.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — O Sr. Primeiro-Ministro não dispõe de tempo para responder à Sr.ª Deputada, mas,
certamente, fará o possível por tentar responder a estas questões num outro contexto.
Assim, para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro trouxe-nos aqui, hoje, o
problema do emprego e, naturalmente, o CDS, sempre que verifica descidas no desemprego ou subidas no
emprego, fica satisfeito, porque isso é positivo para o nosso País.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!