O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

11 DE MAIO DE 2017

11

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, há mentiras — não há outro termo

para o dizer — que vão sendo propaladas, algumas são evidentes pela realidade, mas outras, por dizerem

respeito a temas mais técnicos, podem suscitar confusão.

Eu não ia falar disto, mas vamos ver se nos entendemos, fazendo um desenho muito simples.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Tenham calma!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ouçam, ouçam!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Tenham calma, porque eu vou explicar muito devagarinho, para

percebermos.

As reservas do Banco de Portugal são o dinheiro que o Banco de Portugal tem — dito de uma maneira muito

simples —, e ninguém quer tocar nele; os proveitos do Banco de Portugal são os lucros que o Banco de Portugal

faz com a dívida pública do nosso País, é dinheiro que nos é tirado!

Aplausos do BE e do PS.

Aquilo que queremos é que o Banco de Portugal se porte como outros bancos da Europa e que não ande a

retirar possibilidades ao País. É por isto que o Bloco de Esquerda se bate.

Tentar misturar as questões para tentar levantar medos nas pessoas pode ajudar a um PSD sem programa

político, mas não faz favor nenhum nem à vossa credibilidade nem ao País.

Aplausos do BE.

Aliás, devo dizer-vos que julgo que, neste momento, o maior problema é que a realidade, a cada dia que

passa, «tira o tapete» à direita — até na dívida! Não se podia falar da dívida, porque vinha aí o colapso, e, vejam

lá: apresentam-se propostas sobre a dívida, olha-se de frente para os problemas e a dívida é emitida com juros

mais baixos.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Essa é que é essa!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Se é tudo o que o Bloco de Esquerda quer, não! estamos muito longe do

que precisamos de fazer. Mas há uma coisa, que é clara: ter tabus quando há problemas no País que devem

ser resolvidos é sempre o pior serviço à democracia. Nós estamos cá para resolver problemas.

Vozes do BE: — Muito bem!

Protestos do PSD.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, outro dos temas em que claramente a realidade está

a «tirar o tapete» à direita é o do emprego.

Diziam-nos que subir o salário mínimo nacional iria criar desemprego, mas, depois de o salário mínimo

nacional ter subido duas vezes consecutivas mais de 5% ao ano, vemos que foi criado emprego. Isso é

importante e é, seguramente, uma conquista para que um país possa ser diferente, um pouco mais justo. Há

tanto por fazer, ainda assim!

Se não era verdade o que a direita dizia, que aumentar salários criava desemprego, este é também o

momento para dizer que, em Portugal, registamos a ideia de que mais vale um emprego precário, porque a outra

hipótese é não ter nada, é ter o desemprego.