I SÉRIE — NÚMERO 95
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conteúdo funcional distinto relativamente àquelas situações onde há efetiva discriminação, como é caso das
situações de monodocência que não beneficiam da redução de horário.
Aproveito, se não se importar, para responder a uma questão que deixei por responder há pouco à Sr.ª
Deputada Catarina Martins e que tem a ver com a possibilidade de haver reformas antecipadas aos 60 anos
sem penalização. Segundo o nosso calendário, até julho vamos concluir esse processo, nos termos em que,
aliás, já tinha anunciado num anterior debate quinzenal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o CDS não muda de posições.
Sempre entendemos que houve uma paz falsa e acordada durante todo este período, porque, na verdade, não
estava tudo bem, e nós sabíamos que não estava tudo bem.
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Claro!
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Mas agora que os senhores tão bem se dão com os sindicatos,
solicitamos e, de alguma forma, exigimos a este Governo que garanta, com greve, sem greve, com serviços
mínimos ou sem a greve a ser realizada no dia 21, que as pessoas possam ter a tal previsibilidade, a tal
tranquilidade e a tal estabilidade para fazerem os exames no dia 21, por respeito ao esforço que foi feito durante
todo este tempo. Em relação a isto, infelizmente, o senhor não me sabe responder ou não quis responder, como
também não respondeu à questão sobre a ação social escolar, porque é muito incómoda, como também não
respondeu à questão sobre os contratos de associação, que são muito incómodos porque há critérios díspares.
Já agora, deixe-me fazer uma pergunta em matéria de educação: quantos adultos é que já passaram pelos
centros Qualifica e quantos é que já se formaram nesses centros?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, o que é muito imprevisível é a
posição do CDS, que uns dias se queixa por não haver greves e outros dias se queixa por haver greves; uns
dias diaboliza a FENPROF e outros dias diviniza-a.
Ora, nós temos uma atitude absolutamente laica em relação a essa matéria. Portanto, a conflitualidade social
faz parte da vida democrática, é normal na vida democrática. Não estimulamos o confronto social, respeitamos
as estruturas sindicais e a sua autonomia.
A função do Governo é a de representar o interesse geral, gerir o conjunto das nossas políticas, gerir os
recursos que temos dos contribuintes, que são colocados à disposição do Estado, e procurar, da melhor forma,
conduzir a política.
Se pudermos chegar a acordo, excelente, porque é sempre melhor um acordo do que um conflito. Quando
não é possível chegar a acordo e o conflito existe, faz parte da vida.
Como já tive a oportunidade de dizer ontem, a lei prevê que, relativamente aos exames nacionais, haja a
possibilidade da existência de serviços mínimos. Por isso, não vamos estar a antecipar o resultado final de um
processo negocial que está em curso e em relação ao qual quero crer que terá sucesso.
Se não tiver, recorreremos, nos termos da lei, aos serviços mínimos de forma a garantir que os exames sejam
feitos na data em que os alunos, os professores e as famílias contam que eles sejam realizados.
Relativamente à Ação Social Escolar, a indicação que me dá o Sr. Ministro da Educação — e, depois, farei
distribuir o documento que ele aqui me deu — é a de que todas as despesas registadas estão, neste momento,
pagas.
Aplausos do PS.