I SÉRIE — NÚMERO 96
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Evidentemente, o que o Presidente dos Estados Unidos da América pretende — na nossa perspetiva, não é
de admirar, de acordo com as suas próprias convicções — é pôr a economia muito acima de qualquer linha e
orientação de defesa ambiental e de segurança das populações.
Mesmo para terminar, Sr. Presidente, o desejo de Os Verdes é que os países signatários do Acordo de Paris
prossigam esta luta global, que é a de combate às alterações climáticas.
Aplausos de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar os votos um a um. Houve uma tentativa para os votar em
conjunto, mas não foi possível.
Vamos, então, votar o voto n.º 328/XIII (2.ª) — De condenação pela decisão de desvinculação dos EUA do
Acordo de Paris sobre as alterações climáticas (CDS-PP, PSD e PS).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP, de Os Verdes e
do PAN e a abstenção do PCP.
É o seguinte:
O Presidente dos EUA anunciou no passado dia 2 de junho de 2017 que os EUA saem do Acordo de Paris
e que, a partir desse dia, cessam a aplicação de todos os termos daquele Acordo.
O Acordo de Paris, adotado em 12 de dezembro de 2015, é, reconhecidamente, um marco histórico desde
que foi aprovada a Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em 1992. Assim, pela
primeira vez, um conjunto de 195 países comprometeu-se com a necessidade de se reduzir a emissão de gases
com efeito de estufa, de forma a alcançar zero emissões ou, pelo menos, um balanço zero, com o objetivo último
de tentar conter a subida da temperatura do planeta.
Este Acordo representa uma mudança de paradigma do modelo de desenvolvimento, que deve procurar
implementar políticas sectoriais orientadas para o incentivo à descarbonização da economia ou, na expressão
consensualizada no Acordo de Paris, à «neutralidade carbónica». Na sequência do Acordo de Paris, depara-se-
nos a melhor oportunidade para promover um novo processo de reindustrialização, baseado na promoção e
investimentos na economia verde e de baixo carbono.
Os EUA comprometeram-se, em Paris, com a redução das suas emissões de CO2 de 26% a 28% até 2025,
por comparação com o nível de 2005.
Ora, a decisão de retirada daquele país do Acordo representa um lamentável retrocesso que pode
comprometer os objetivos vertidos no Acordo de Paris e colocar em causa um consenso global conseguido a
custo, mas imprescindível e necessário, cuja concretização depende das políticas concretas de cada país.
Neste sentido, a Assembleia da República, reunida em Plenário, condena a decisão da Administração dos
EUA de sair do Acordo de Paris e apela ao cumprimento das responsabilidades assumidas por todos os países
subscritores, no sentido de potenciar uma política de efetivo combate às alterações climatéricas.
O Sr. Presidente: — Vamos agora votar o voto n.º 330/XIII (2.ª) — De condenação pelo anúncio formal da
saída dos EUA do Acordo Climático de Paris (PAN e PS).
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do BE, de Os Verdes e do PAN e abstenções
do PSD, do CDS-PP e do PCP.
É o seguinte:
No passado dia 1 de junho, a presidência norte-americana anunciou à comunidade internacional, pela voz
do Presidente Donald Trump, que o país se retiraria do Acordo de Paris, pois, segundo este, é seu «dever de
proteger a América». Este ato de cegueira ideológica, que contraria a larga maioria da comunidade científica e
o consenso político internacional em torno da matéria, tem por base uma eventual renegociação do Acordo de
modo a satisfazer as necessidades da economia norte-americana.