O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 97

18

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado

Miguel Tiago, do PCP.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: É um bocadinho

difícil perceber esta posição do PSD e do CDS. Queixam-se de três países, porque foram cotados numa fase

de avaliação da OCDE como compliant, e a Sr.ª Deputada esqueceu-se de referir, por exemplo, os Estados

Unidos, que estão em pé de igualdade com o Uruguai. Também quer que os Estados Unidos vão para a lista de

offshore não cooperantes? Enfim, é uma classificação internacional, sobre a qual podemos ter dúvidas e

podemos e devemos querer esclarecer.

Porém, simplificar o debate, como a Sr.ª Deputada Cecília Meireles tentou, é, de facto, um exercício muito

difícil. E é muito difícil de compreender que o PSD e o CDS estejam agora escandalizados porque o País

estabeleceu acordos de troca de informação com outros países, quando na sua altura não mexiam na lista

negra. Não mexiam porque não precisavam, porque os países estavam na lista negra e o PSD e o CDS olhavam

para o lado e deixavam o dinheiro passar para países da lista negra.

Aplausos do PCP.

Srs. Deputados, no vosso mandato saíram 10 000 milhões de euros e não podem dizer que, nessa altura,

andavam distraídos porque o PCP perguntou — se calhar lembram-se — vezes sem conta nesta Assembleia

quanto dinheiro é que estava a ir para offshore, qual era o valor anual de fluxo para offshore.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — E agora não perguntam nada. Está tudo caladinho!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Nenhum dos Srs. Deputados se preocupou, na altura, com essa matéria e

alguns dos Srs. Deputados tinham responsabilidades no Governo e eram, inclusivamente, Ministros e

Secretários de Estado. E está sentada na bancada do PSD a Ministra das Finanças que negou ao Parlamento

essa informação.

Srs. Deputados, afinal de contas, em todo este vendaval que tentaram armar em torno da lista negra dos

offshore esqueceram-se apenas de dizer como vão votar as propostas que resolvem o problema,

independentemente de qualquer lista negra: proibir ou não proibir as relações comerciais com jurisdições não

cooperantes?

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado, por favor.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Vai ser votada, na próxima semana, a proposta do PCP. Como vota o PSD?

Como vota o CDS? E como vota o PS, que é importante também?

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Também, também!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Considerar que os lucros das empresas devem ser taxados em Portugal,

independentemente da sede onde são distribuídos e onde estão sediados fiscalmente, é a proposta. Como vota

PS, PSD e CDS?

Quando isto for resolvido acabaram-se os problemas dos offshore. Enquanto isso não acontecer, é um

biombo atrás do qual pode continuar a passar um conjunto de operações que o Estado nunca terá condições de

sindicar.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para encerrar este ponto da ordem de trabalhos, tem a palavra

o Sr. Deputado António Leitão Amaro, do PSD.