I SÉRIE — NÚMERO 97
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… que é fruto da reforma laboral que o anterior Governo PSD/CDS corajosamente empreendeu. Reforma
que o PS sempre, sempre criticou, de forma leviana até — para não dizer antipatriota —, uma vez que constituía
um compromisso oriundo da aplicação do Memorando de Entendimento, ao qual o Partido Socialista também
estava obrigado. Mas, se por mais não fosse, constituía um compromisso para assegurar a solvabilidade do
nosso País, que o PS deixou em falência.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados: Factos são factos. O desemprego em Portugal
iniciou uma trajetória descendente desde 2013.
A taxa de desemprego caiu de 17%, em 2013, para 11%, em 2015, onde a deixámos para os senhores. Entre
2014 e 2016 a população empregada aumentou em cerca de 176 000 trabalhadores. Em 2016 a população
empregada representou apenas 32% deste valor, o que significa que cerca de 70% do emprego criado nos
últimos anos foi gerado até 2015. Relativamente à população desempregada, decaímos, no total, de 282 000
pessoas, sendo que, em 2016, houve o contributo de apenas 26% deste valor na baixa de desemprego, ou seja,
o desemprego caiu 75% no total, entre 2014 e 2015. Criámos emprego e criámos melhor emprego.
Quer isto dizer que foi no Governo anterior que a queda do desemprego e o aumento do emprego se
verificaram de forma mais acentuada.
Protestos da Deputada do BE Isabel Pires.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Quer isto dizer que tal se deve à reforma laboral.
Tanto assim é que o PS, que está no Governo há já mais de ano e meio, ainda não reverteu a reforma laboral,
apesar da vossa constante e incessante insistência. E porquê?! Porque o Partido Socialista e o Governo sabem
que esta reforma foi essencial e decisiva, que os seus efeitos estão a perdurar e o Governo e o País estão a
colher os frutos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem agora a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Bloco
de Esquerda, para uma intervenção, o Sr. Deputado José Soeiro.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As bancadas parlamentares da
direita vieram a este debate com os papéis da semana passada,…
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Não eram precisos outros!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — … e vieram defender a única estabilidade que importa à direita, a
estabilidade do abuso, que foi inscrito na legislação laboral pelo PSD e pelo CDS e que é responsável pelo facto
de, hoje, a maior parte do emprego que está a ser criado ser emprego precário, porque a lei permite que este
seja precário, mesmo quando falamos de funções permanentes.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Mais precário não dava!…
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Mas gostava também de fazer um comentário sobre a intervenção do Sr.
Deputado Luís Soares, do Partido Socialista, porque nos trouxe um testemunho que é uma boa prova de como
o trabalho temporário em Portugal é, na maior parte das vezes, uma mentira, uma forma de maquilhar relações
às quais deveriam corresponder contratos de trabalho e vínculos estáveis.