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30 DE JUNHO DE 2017

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Mais de uma semana depois dos trágicos acontecimentos, temos de reconhecer que o Estado falhou, e

falhou naquilo onde menos podia falhar: segurança e proteção de pessoas e bens.

Em 2006, o Governo do Partido Socialista e o Ministro António Costa adjudicaram um sistema de

comunicações de segurança e emergência que, afinal, não funcionou.

Em 2006, o Governo do Partido Socialista e o Ministro António Costa adquiriam seis helicópteros, dos quais

três já não funcionam.

Como é possível, Sr.ª Ministra, em plena época de fogos florestais, as unidades móveis do SIRESP não

estarem ativas? Será a melhor altura para fazer manutenção aos sistemas?

Não nos revemos nas respostas que, desde o ano passado, estão a ser dadas a este flagelo. Não nos

revemos nas respostas dadas pela atual maioria que suporta o Governo aos acontecimentos lamentáveis a que

todos assistimos e que cidadãos indefesos não mereciam.

Sr.ª Ministra, enaltecendo o trabalho e empenho de todos os nossos bombeiros, das demais forças em

presença e de todos aqueles que, de forma anónima, se organizaram, substituindo-se ao Estado numa tarefa

primordial, pergunto: não cabe ao Estado garantir a segurança de pessoas e bens?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para fazer perguntas, nesta segunda ronda, tem a palavra a

Sr.ª Deputada Odete João.

A Sr.ª OdeteJoão (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra da Administração Interna, a tragédia que se abateu

no norte do distrito de Leiria deixou um rasto de destruição e de dor.

O fogo vestiu de negro toda a paisagem. Até onde a vista alcança, ardeu tudo. O fogo cobriu de dor e

sofrimento as populações. Perderam-se vidas humanas, perderam-se postos de trabalho, perderam-se bens

materiais, ardeu a floresta.

Neste momento, é tempo de agir, agir com serenidade, agir procurando ajudar as vítimas, agir procurando

reconstruir as casas, agir procurando reconstruir as infraestruturas. É aqui que nos devemos concentrar e saber

esperar a avaliação que está a ser feita, saber aguardar com serenidade e não ajudar a mais contradições, a

mais diz-que-disse, à propalação de mentiras, que em nada trazem serenidade àquelas populações. É agora o

tempo de agir.

O Sr. FilipeNetoBrandão (PS): — Muito bem!

A Sr.ª OdeteJoão (PS): — Estive nos concelhos afetados, conheço bem a região, conheço e mantenho-me

em contacto com as entidades e com as pessoas daquela região e, por isso, sei também a dor e o sofrimento

daquelas pessoas.

Sou, por isso, testemunha da dedicação e do empenho da Sr.ª Ministra da Administração Interna, do Sr.

Secretário de Estado da Administração Interna, de todos os membros do Governo que têm acompanhado de

perto esta tragédia e que estão empenhados em encontrar as melhores soluções para aquele local.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

A emergência, neste momento, é apoiar as vítimas e é isso que o Sr. Primeiro-Ministro está empenhado a

fazer, bem como todas as equipas dos diferentes ministérios.

Por isso, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas, não percebo o que é que o PSD veio fazer a esta Câmara

quando pediu uma comissão técnica independente e não sabe esperar por essas respostas, quando continua a

contrariar aquilo que disse o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, ou seja, que não era razoável ter versões

desencontradas. Assistimos aqui, mais uma vez, a uma enorme falta de responsabilidade, que ajuda,

novamente, às versões desencontradas e não ajuda a procurar soluções mas, antes, a procurar contradições.