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I SÉRIE — NÚMERO 104

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Serra.

O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Rocha, muito agradeço a oportunidade

de, mais uma vez, explicar a questão dos contributos, mas, antes disso e de dar conta da disponibilidade do

PSD, queria perguntar o que é que o Governo e o PS têm feito desde abril e por que razão desde abril ainda

não tomaram qualquer iniciativa de fazer a discussão na Comissão de Agricultura sobre as propostas do

Governo. Desde abril que o PSD diz que está disponível para essa convergência e para falar e até hoje, porque

ainda não conseguiram o tal acordo com o Bloco de Esquerda, não se fez qualquer discussão.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Nuno Serra (PSD): — Foi a partir do dia 19 de junho que os senhores se lembraram que, afinal, havia

cinco documentos do Governo para serem discutidos e o PSD tem estado sempre disponível para os discutir.

Se alguém não quis discutir estes documentos e esta reforma em tempo útil, foram os senhores.

Mas mais, Sr. Deputado: o que tem de explicar é a desonestidade de dizerem que querem consensos com

os outros partidos quando o Sr. Ministro acabou de afirmar que já há um acordo com o Bloco de Esquerda.

Como é possível vir, de antemão, dizer que há um acordo com o Bloco de Esquerda e, depois, pedir um acordo

aos outros partidos?

O Sr. Luís Pedro Pimentel (PSD) — Muito bem!

O Sr. Nuno Serra (PSD): — Sr. Ministro, se queria um acordo com o PSD, tivesse falado com o PSD e

suscitado essa discussão com o PSD, coisa que o senhor nunca fez — nunca fez!

Aplausos do PSD.

Mas ainda há mais, Sr. Deputado: estamos disponíveis para discutir onde estão os 500 milhões que o Sr.

Ministro diz que não tira, quanto é que já foi executado e quanto é que está a ser investido na floresta. Pergunte

ao Sr. Ministro da Agricultura quanto é que já executaram. Há dois anos que estão no Governo, quanto é que

executaram? O que vão fazer aos 400 000 produtores — atualmente, muitos deles vivem dessa árvore diabólica

que os senhores chamam — para lhes dar um rendimento alternativo? Os senhores têm de explicar isso aos

portugueses e não virem para aqui com demagogias baratas e defender uma ideologia de esquerda que em

nada vos presta.

Sr. Deputado, o PS tem uma história, tal como o PSD também tem uma história. Gostava de saber o que

estão os senhores a fazer para defender as ideologias de um partido, o Bloco de Esquerda, que chegou 18 anos

atrasado a este debate, uma vez que, até agora, nunca se tinha ouvido falar de uma única ideia sobre aquilo

que queria para a floresta.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — A intervenção seguinte é da Sr.ª Deputada Júlia Rodrigues, do

Partido Socialista.

Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Júlia Rodrigues (PS): — Sr. Presidente, Srs. Ministros Adjunto e da Agricultura,Florestas e

Desenvolvimento Rural, Srs. Secretários de Estado dos Assuntos Parlamentares e das Florestas e do

Desenvolvimento Rural, Sr.as e Srs. Deputados: A gestão e o ordenamento da floresta tem estudos, diagnósticos,

planos e programas que têm vindo a ser realizados há demasiados anos sem resultados objetivos.

A litoralização de Portugal é uma realidade conhecida e estudada. A desertificação do interior do País é uma

evidência.