8 DE JULHO DE 2017
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Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Heloísa
Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. e Sr.as Secretárias de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados: Os Verdes consideram que os planos de ordenamento das áreas protegidas são instrumentos de
gestão do território muitíssimo relevantes, porque estamos a falar de áreas muito especiais, muito sensíveis,
com um património natural muitíssimo relevante, por isso o seu estatuto de classificação, e visam também um
objetivo que julgamos central, que é o da gestão preventiva de riscos. São territórios, simultaneamente, muito
apetecíveis, mas onde têm de estar estabelecidas regras que permitam a preservação e a valorização destes
valores naturais.
Neste sentido, é conhecida publicamente a posição de Os Verdes relativamente à nossa profunda
preocupação e discordância pelo facto de os planos de ordenamento das áreas protegidas deixarem de ser
planos especiais de ordenamento do território e serem reconduzidos para programas especiais de ordenamento
do território, o que significa, como já aqui foi, de resto, referido por outras bancadas, que deixam de vincular
direta e automaticamente os particulares.
Ora, na nossa perspetiva, esta não é uma boa solução para este planeamento e esta gestão.
A lei de bases de ordenamento do território e dos solos veio determinar que os planos de ordenamento das
áreas protegidas têm de ser transpostos para os planos diretores municipais, como também já foi referido pela
Sr.ª Secretária de Estado, até 29 de junho de 2017, prazo que já foi ultrapassado.
Tendo em conta que do facto de o prazo ter sido ultrapassado decorrem consequências diretas e negativas
para as autarquias locais, designadamente, como também foi referido, a rejeição de candidaturas a fundos
comunitários, a Assembleia da República não pode fechar os olhos a esta realidade e não pode ser conivente,
evidentemente, com uma penalização desta natureza às autarquias.
Neste sentido, Os Verdes não vão obstaculizar a aprovação desta proposta de lei do Governo, no sentido de
alargar este prazo de transposição até 2020.
Agora, o que Os Verdes gostariam de deixar marcado neste debate é que precisamos, de facto, de fazer
uma reflexão profunda, muito profunda, sobre a solução que está encontrada na lei de bases dos solos e do
ordenamento do território.
Portanto, digamos que esta aprovação cirúrgica deste ponto específico, do prazo que está estabelecido na
lei, não nos deve inibir de avançar com processos legislativos e com reflexões sérias e consequentes na
Assembleia da República em relação à segurança que está ou não estabelecida na lei de bases dos solos e do
ordenamento do território em relação às áreas protegidas.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: a nossa prioridade de
intervenção em matéria de áreas protegidas e de conservação da natureza, Sr.ª Secretária de Estado, é mesmo
a discussão dos meios humanos, técnicos e financeiros para dar sustentabilidade a estas áreas.
Aplausos de Os Verdes e de Deputados do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — No tempo que ainda tem disponível, o Governo deseja fazer uma
intervenção.
Para tal, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da
Natureza.
A Sr.ª Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza: — Sr.
Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria apenas dar nota de que, efetivamente, hoje a situação é bastante
diferente relativamente ao que acontecia há três anos.