8 DE JULHO DE 2017
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Research), a localizar nos Açores; ainda no âmbito desta estratégia, a consolidação da parceria para a
investigação e inovação na região do Mediterrâneo, ou seja, o programa PRIMA (Partnership for Research and
Innovation in the Mediterranean Area) e a criação do grupo interministerial ambiente, agricultura, economia e
ciência para acompanhar a elaboração do plano de ação sobre o pacote Economia Circular, um dos eixos da
estratégia europeia 2020.
O tempo não me permite identificar outras mas, como referi, o Relatório evidencia-as.
Portugal contribuiu, e contribui, ativamente para diversas iniciativas que marcaram e entraram na agenda
europeia em 2016, como foram: a preparação das negociações para o Brexit, com o princípio cidadãos primeiro,
a pensar na importante comunidade portuguesa a residir no Reino Unido; o apoio sistemático à manutenção do
Acordo de Schengen e da sua reposição urgente e plena; a revisão intercalar do Quadro Financeiro Plurianual
defendendo os interesses portugueses, designadamente na conjugação entre as chamadas políticas
tradicionais, coesão e agricultura, e as novas prioridades, como sejam migrações, refugiados e luta contra o
terrorismo, assegurando simultaneamente a manutenção dos envelopes financeiros nacionais acordados no
início do Quadro.
Com este capital de resultados, credibilidade e estabilidade, a posição de Portugal voltou à normalidade e
solidificou-se junto dos nossos parceiros e das instituições europeias. Isso traz-nos maior capacidade propositiva
na Europa, sempre conscientes, porém, de que não podemos agir sozinhos.
Esta voz mais presente e credível é uma mais-valia num ano em que a União Europeia está a fazer uma
reflexão profunda sobre o seu futuro após o Brexit.
Seguindo a nossa estratégia de participar ativamente e de estar na primeira linha do debate e reflexão sobre
o futuro da União Europeia, lançámos, já em 2017, várias contribuições ativas para o momento-chave em que
se está a redesenhar o futuro da União Europeia, como é o caso da Declaração de Roma e do Livro Branco
sobre o futuro da Europa, com os seus cinco documentos de reflexão: dimensão social da União Europeia;
controlo da globalização; futuro da defesa europeia; aprofundamento da União Económica e Monetária e as
finanças da União Europeia.
Dou um exemplo: o documento Consolidar o euro, promover a convergência, que apresentámos já no início
deste ano, é um contributo para os recentes documentos de reflexão lançados pela Comissão Europeia, e que
já referi, sobre a dimensão social europeia, o futuro da União Económica e Monetária ou as finanças da União
Europeia.
É por isso essencial continuarmos a ter uma voz credível, com resultados, e a capacidade de fazer alianças
e influenciar decisões tão importantes para o futuro da Europa e dos portugueses como sejam: a reforma da
União Económica e Monetária; o próximo quadro financeiro plurianual pós 2020; a política de coesão; a política
agrícola; a agenda digital; a segurança e a defesa; os desafios da globalização; a política comercial; as
negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia e a construção de uma Europa mais social, global
e com menos desigualdade.
A posição de Portugal na União Europeia será sempre solidária e construtiva mas nunca iremos ficar parados
à espera de decisões de outros, nem ser submissos ou evitar mostrar as nossas divergências face a orientações
da União Europeia com as quais não concordemos.
A nossa estratégia na União Europeia terá de assentar, como referi no início, na credibilidade, estabilidade
e resultados e exigir decisão política e resultados por parte da União.
Recordando as palavras proferidas por Mário Soares há 40 anos, o decisor da entrada de Portugal na União
Europeia, «Repensar Portugal e o seu futuro passa pelo repensar da Europa em que Portugal se quer vir a
integrar.» É este exercício que este Governo está a prosseguir.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Marques.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Secretários de Estado:
Este Relatório que o Governo apresenta foi objeto de parecer desta Assembleia. Trata-se de um parecer sobre
um Relatório que, devo dizer, é rigoroso em grande parte do seu conteúdo. É rigoroso, é transparente e espelha
uma realidade que, por um lado, é positiva, mas, por outro, não é a mais aceitável.