19 DE SETEMBRO DE 2017
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Sr. Presidente, Srs. Deputados: Nas circunstâncias da presente Legislatura, o PCP orgulha-se, justamente,
de contribuir com o seu posicionamento, a sua ação e as suas propostas para melhorar as condições de vida
dos portugueses e defender o interesse nacional. É esse o compromisso e a responsabilidade que o PCP
assume plenamente perante os trabalhadores e o povo: não perder uma única oportunidade que seja para lutar
pela defesa, reposição e conquista de direitos do povo português. É isso que tem feito e é o que continuará a
fazer.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado António Filipe, inscreveram-se quatro Deputados para pedidos de
esclarecimento. Como pretende responder?
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, responderei a grupos de dois pedidos de esclarecimento.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Wanda Guimarães.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Filipe, o Partido Socialista
congratula-se com o reconhecimento de que se revestiu esta nova formulação na Assembleia da República e
que, evidentemente, tem como principal protagonista o Partido Socialista. Não podemos, portanto, deixar de nos
regozijarmos com esta declaração pública reconhecendo esta nossa iniciativa.
Relativamente à legislação laboral e a outros aspetos que foram referidos, como o do aumento do salário
mínimo para 600 € já em 2018, quando a concertação social tem um acordo em que os 600 € estão previstos
para 2019, como a questão dos 25 dias de férias para o setor privado e para a Administração Pública e outras
matérias que foram aqui elencadas, devemos dizer que não há surpresas. Ou seja, o Partido Socialista tem,
sobre esta matéria, uma posição perfeitamente clara e defende a concertação social. Estes aspetos fazem parte
da concertação social.
Relativamente a outros aspetos que também aqui foram focados, que têm a ver com a melhoria das
condições de vida e de trabalho dos trabalhadores portugueses, gostaria de dizer que estas são matérias que
não queremos, de facto, sonegar àqueles que têm a primazia da negociação coletiva, que são as organizações
sindicais. Prezamos por demais o contributo e a importância das organizações sindicais neste contexto e é por
isso que não podemos acompanhar a perspetiva que o Partido Comunista tem sobre estas matérias.
O Sr. Deputado elencou também a questão, no âmbito da segurança social, das longas carreiras
contributivas, um aspeto que nos preocupa sobremaneira e em que já estamos, como toda a gente sabe — é
público e notório —, a trabalhar na solução que virá beneficiar muitos. Não há dúvida de que talvez para alguns
não haja benefício muito grande, mas para os que vão ser beneficiados posso garantir-vos que é um enorme
avanço e uma questão de justiça que ninguém, nesta Assembleia, poderá pôr em causa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Cesário.
O Sr. José Cesário (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Filipe, confesso que estava à espera de
mais veemência de sua parte, sobretudo depois da declaração situacionista do Sr. Deputado João Vasconcelos,
há pouco, em nome do Bloco de Esquerda, ao considerar factos sem relevo o desastre de Pedrógão ou o assalto
a Tancos.
O Sr. João Vasconcelos (BE): — Não foi isso!
O Sr. José Cesário (PSD): — Estava à espera que V. Ex.ª fosse efetivamente mais longe, porque há, aqui,
um problema grave de consciência que o Partido de Comunista tem de ter. O Partido Comunista Português é
conivente com o Governo em toda a estratégia que tem vindo a ser desenvolvida de perfeito desastre na
organização dos serviços públicos.