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I SÉRIE — NÚMERO 1

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Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Cesário (PSD): — Os senhores são coniventes com o Governo quando há portugueses a sofrer

por não terem consultas nos hospitais, por não terem intervenções cirúrgicas.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José Cesário (PSD): — Há professores colocados em escolas a 300 ou 400 km de sua casa. Há

portugueses a sofrer quando há, por exemplo, serviços de notariado ou conservatórias que não conseguem

responder ou consulados que marcam reuniões com os cidadãos para dali a três ou quatro meses. Isto é

responsabilidade do Governo e é responsabilidade do Partido Comunista Português.

Aplausos do PSD.

O que é que o Partido Comunista Português vai fazer para defender efetivamente os mais frágeis? Quando

é que abandona a sua retórica, repito, também situacionista do Governo? Como é que o Partido Comunista

Português vai concretizar, na prática, a declaração do Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, que considerou

dificilmente repetível o acordo que levou à constituição deste Governo? É isto que está em causa, Sr. Deputado.

Não fuja às questões. Fundamentalmente, assuma as suas responsabilidades em todas as tais malfeitorias do

atual Governo relativamente a largos setores da sociedade portuguesa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, a Sr.ª Deputada Wanda Guimarães colocou aqui, de facto,

um ponto que nos divide: contestou aqui a possibilidade de se fazer um aumento do salário mínimo nacional

para 600 € em 2018, que consideramos uma medida da mais elementar justiça social e, para além disso,

positiva, não apenas para as condições de vida dos trabalhadores, que passariam a auferir esse salário mínimo,

mas também para a receita fiscal, para a receita da segurança social e para a própria economia nacional. A Sr.ª

Deputada diz que isso tem de ser decidido em concertação social. Se a concertação social não está de acordo

com esta medida — o que não é surpresa, porque o patronato resiste sempre a tudo o que seja aumento salarial

para os trabalhadores —, temos pena, mas o órgão de soberania eleito pelo povo português foi a Assembleia

da República e não a Comissão Permanente de Concertação Social.

Aplausos do PCP.

Tanto assim é que o próprio Governo assumiu compromissos políticos relativos ao salário mínimo nacional

diferentes dos que consideramos justos, independentemente do que sejam as decisões da concertação social.

Portanto, não atire com as responsabilidades para a concertação social, porque o Partido Socialista tem de

assumir também responsabilidades perante o País.

Sr. Deputado José Cesário, ouvimos ontem o presidente do PSD a queixar-se amargamente de que ninguém

reconhecia os méritos que o Governo PSD/CDS teve.

Vozes do PSD: — E não!

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Deputado, já agora, não seja sectário e reconheça também os deméritos.

Protestos do PSD.

O Sr. Deputado fez aqui o levantamento de problemas que existem na sociedade portuguesa, que afetam os

portugueses e que têm de ser resolvidos e melhorados, nomeadamente no acesso à saúde e a um conjunto de