I SÉRIE — NÚMERO 1
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Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado António Filipe faz aqui uma declaração
política, de resto, a primeira do PCP, como assinalou, nesta Sessão Legislativa, que eu dividiria em duas partes.
Na primeira parte, o Sr. Deputado faz uma análise que, eu diria, corresponde exatamente àquilo que o Sr.
Deputado e o PCP pensam, ou seja, no fundo, está tudo bem, não se passa nada: «Estamos aquém, é verdade,
mas anteriormente é que se estava mal, porque nós agora conseguimos reverter tudo». Até aos 3 minutos,
basicamente, o Sr. Deputado fez o elogio do Governo, o que teria o meu elogio, de resto, porque, pelo menos,
seria uma declaração política sincera e que viria a confirmar que o PCP faz, como faz, parte da atual coligação
que sustenta o atual Governo. Aliás, eu até já tinha escrito a pergunta que iria fazer — então, de que é que se
queixa o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa? —, porque na primeira parte da sua declaração disse que, afinal, o
PCP tinha conseguido grandes vitórias, esquecendo-se até, o que não deixa de ser curioso, de uma tal, que
existiu, chamada «greve de enfermeiros»,…
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Isso!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Isso não interessa nada!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … de um tal Ministro que insultou os enfermeiros, das cativações na
saúde, na educação, dos Comandos Metropolitanos de Lisboa e do Porto, que não têm viaturas por não haver
dinheiro para as consertar, das escolas que ameaçam fechar por terem menos de metade do rácio de auxiliares
e de funcionários.
Pensei que o PCP se iria manter nessa lógica de «não se passa nada!». Mas o Sr. Deputado, às tantas, por
volta dos 4 minutos e 24 ou 26 segundos, pensou: «Bom, não posso dizer só isto, tenho de dizer mais alguma
coisa». Então, o Sr. Deputado veio falar naquilo que o PCP quer já a seguir, calculo eu, no Orçamento do Estado,
que é a criação de 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores, a reposição de todas as freguesias, a
alteração do regime de concursos de professores.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É candidato aonde?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O Sr. Deputado, mais ou menos, a partir dos 4,5 minutos deixou de
ter um registo mais honesto, do ponto de vista político, obviamente, e passou a «geringonçar», se me permite a
expressão.
Perante isto, Sr. Deputado, a minha pergunta é óbvia: se não houver reposição de freguesias…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado, por favor.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, termino já, vou só colocar a minha pergunta.
Se não houver reposição de freguesias, se o regime de professores não for alterado, se não houver 25 dias
de férias para todos os trabalhadores, se não houver o aumento do salário mínimo nacional, como o Sr.
Deputado deseja, o que é que fará? Isto porque, se não fizer nada, é caso para dizer que o PCP passou a ser
só fumaça! E o PCP está muito sereno.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, se o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares não me levar a mal,
começarei por responder à direita, para poder terminar na esquerda…