O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 DE SETEMBRO DE 2017

25

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.

A questão é que o investimento público, quer nas empresas públicas de transportes quer nas infraestruturas,

é decisivo para resolver muitos dos problemas com que já hoje as populações estão confrontadas, não apenas

com a situação de degradação a que chegou o metropolitano ou a Linha de Cascais, mas também com o

transporte ferroviário, muitas vezes, pura e simplesmente, liquidado em tantas regiões do País. O exemplo do

Metro Mondego e do fracasso que significa aquele projeto face à linha ferroviária que servia os interesses das

populações e que deixou de existir é apenas um dos exemplos.

Queria perguntar-lhe, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, para além dos exemplos que identificou, qual é a

perspetiva que o Partido Ecologista «Os Verdes» tem relativamente à necessidade do investimento público já

no próximo ano, e aproveitando os fundos comunitários para resolver muitos destes problemas concretos,

integrado numa estratégia de desenvolvimento nacional onde o transporte ferroviário possa ser, de facto, um

elemento central e estratégico.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Foi-lhe concedida muita tolerância pela Mesa, Sr. Deputado João

Oliveira.

Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, agradeço-lhes todas as

considerações e questões que me colocaram.

Quero dizer que, para Os Verdes, é absolutamente fulcral colocar no centro da agenda política a matéria do

transporte ferroviário, da mobilidade ferroviária. Não apenas por razões de coesão territorial (mas também, pois

é razão muito forte), não apenas por matérias ambientais e de mitigação das alterações climáticas (mas também,

pois é razão muito forte), mas por todo um outro conjunto de circunstâncias, algumas das quais aqui focadas

por outros Srs. Deputados.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Exatamente!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas — e deixe-me lembrar-lhe, Sr. Deputado Hélder Amaral — até

por razões turísticas e de dinamização económica das localidades. E é talvez com uma lágrima no olho — do

Sr. Deputado, eventualmente — que hoje podemos falar da Linha do Tua, Sr. Deputado, uma daquelas que os

senhores arrancaram e destruíram e, com isso, a potencialidade de uma região para a sua dinamização

económica e turística.

Aplausos de Os Verdes e do PCP.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

É verdade que o Sr. Deputado António Costa Silva deveria ter um pouquinho mais de pudor ao vir aqui falar

da Linha Sines/Caia.

Protestos do PSD.

É que os senhores não sabem ouvir as populações, nem têm qualquer interesse nos impactos dos vossos

projetos nas populações e naquilo que poderia acontecer, como o Sr. Deputado João Oliveira aqui referiu, à

cidade de Évora. Não quiseram saber de absolutamente nada, porque a vossa arrogância também passou pelo

setor ferroviário e, designadamente — já agora, deixe-me dizer —, pelo desinvestimento brutal que fizeram,

durante os vossos quatro anos de governação, na matéria da ferrovia.

O Sr. Deputado veio agora falar da Linha do Oeste. No entanto, não falaram, porque têm vergonha, mas

poderíamos falar, da questão da ligação direta à capital por via de Beja. Poderíamos aqui falar da questão da

passagem do Alfa, que deixou de passar, em Setúbal, na capital do distrito; poderíamos falar de tantas linhas