19 DE SETEMBRO DE 2017
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Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita
Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, é muito bom poder começar
esta Sessão Legislativa a dar os parabéns, não necessariamente ao PS e à sua política, mas aos 45 000 alunos
que entraram na 1.ª fase do ensino superior. Aliás, este é um número que marca uma tendência positiva que se
regista já desde 2014 e, portanto, é um trabalho continuado ao longo de vários governos.
Estes bons resultados são explicados, desde logo, pelo trabalho dos próprios alunos, dos seus professores
do ensino não superior e das próprias instituições do ensino superior, que têm vindo a adequar as suas ofertas.
Se é certo que a recuperação económica tem um papel nestes resultados, também é certo que há um
conjunto de políticas setoriais que trazem a este lugar de hoje: o alargamento da escolaridade obrigatória, a
criação dos cursos técnicos superiores profissionais, os CTESP, da responsabilidade do Governo anterior e que
este ano registaram 6000 inscritos nos politécnicos e, de fundo, uma aposta num ensino obrigatório exigente e
com ênfase em disciplinas estruturantes como o Português, a Matemática e as Ciências Fundamentais.
Este é o trabalho que é posto em causa quando, ao contrário do que o Sr. Deputado Porfírio Silva aqui diz,
o ano letivo arranca com uma flexibilização curricular que foi anunciada em agosto, sem consulta pública, para
ser aplicada em turmas que os alunos desconhecem se incluem a sua ou se a do colega do lado, com escolas
fechadas por falta de funcionários, com erros grosseiros do Ministério da Educação que põem em causa a
colocação e a vida de centenas de professores, com carências no pré-escolar, com a ausência da redução do
número de alunos por turma e com obras em escolas que foram anunciadas mas que nunca chegaram a
acontecer.
Sr. Deputado Porfírio Silva, não é só preciso anunciar, é preciso fazer, e estamos a meio da Legislatura, se
calhar já seria altura de começar a mostrar algum trabalho. Assim, Sr. Deputado, se é tudo como descreve,
pergunto se está em condições de dizer à Sr.ª Diretora da Escola Secundária Rainha Dona Amélia, que ameaça
fechar portas no dia 25 deste mês, que destes 1500 funcionários só cinco — que são aqueles de que ela precisa
para cumprir o rácio — serão colocados nas escolas antes deste dia.
Pergunto-lhe também se está em condições de garantir ao Sr. Diretor do Liceu Camões que as obras que
foram prometidas vão ser realizadas ou à população da Quinta do Conde que a nova escola vai ser atribuída.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Pergunto-lhe também se está em condições de dizer às cerca de 700
crianças de 4 anos que não tiveram lugar no pré-escolar que, afinal, o ensino pré-escolar está universalizado e
que são elas que, seguramente, estão enganadas.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Deputado Porfírio Silva, é mesmo preciso começar a fazer e não
basta continuar ad aeternum a anunciar, inclusivamente no próprio Orçamento do Estado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para o último pedido de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Ana Mesquita.
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, começo por cumprimentar as Sr.as e os Srs. Deputados e
agradecer ao Sr. Deputado Porfírio Silva o tema que nos trouxe hoje.
Os desafios para o presente ano letivo são mais do que muitos e há muito ainda a fazer para reverter o rumo
de destruição da escola pública que foi prosseguido por sucessivos governos, designadamente pelo último
Governo, PSD/CDS.