I SÉRIE — NÚMERO 6
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O Sr. António Costa Silva (PSD): — Nós não temos responsabilidade, são os senhores. Os senhores é que
têm de nos dar explicações do que andam a fazer por este País, porque de certeza que há muito aí escondido
de que os senhores não falam.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado André Pinotes Batista.
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Heitor Sousa, muito obrigado por ter
trazido este assunto a debate e agradeço-lhe que, se puder, me esclareça se, em 2015, não teve a força de
explicar ao então Primeiro-Ministro de Portugal, que era acionista da Transtejo e Soflusa, que, se se não
cumprisse o plano de manutenção, certamente, era uma situação a que chegaríamos.
Quando ouvi a intervenção do Deputado António Costa Silva percebi que não faz a menor ideia do que é a
Soflusa e Transtejo.
Risos do Deputado do PSD António Costa Silva.
Peço-lhe imensa desculpa, mas o seu discurso caberia para esta realidade ou para qualquer outra.
Protestos do Deputado do PSD António Costa Silva.
Esta lógica do absurdo faz lembrar a figura do chapeleiro louco, quando ele dizia: «Eu vejo o que como, mas
não como o que vejo!». Peço desculpa, mas, certamente, não estará consciente de que era necessário haver
nove embarcações, e, neste momento, temos só quatro a funcionar. Mas isto tem razão de ser, e não é cantiga
do passado, é um plano de manutenção que, em 2015, não foi cumprido, é um plano de manutenção que teve
um corte de 5 para 3 milhões de euros por indicação do acionista Estado.
Vozes do PSD: — Não, não!
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — O Governo de então decidiu que talvez não fosse importante executar
o plano de manutenção, sabendo — e o Sr. Deputado saberá também, se quiser ter um debate politicamente
sério — que o mercado, no que diz respeito aos estaleiros, não permite uma oferta assim tão vasta, que
possibilite resolver de um dia para o outro as situações que foram deixadas,…
Protestos do PSD.
… porque a austeridade tem efeitos ao retardador, nem toda a austeridade pode ser reparada no imediato.
E não é sério da vossa parte fazer uma abordagem tão leviana.
Os transportes fluviais, quando não funcionam, constituem uma barreira psicológica para as pessoas. Daí a
importância do tema que aqui trouxe, porque essa barreira psicológica e física inibe as pessoas de poderem
cumprir com o seu dia a dia, e este é um direito de mobilidade que temos de assegurar.
Mas é preciso ser muito, muito, muito claro nisto.
As pessoas necessitam de respostas imediatas e o Sr. Deputado Heitor Sousa já teve a oportunidade de
falar de algumas delas, nomeadamente os transportes alternativos.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Peço-lhe que conclua.
O Sr. André Pinotes Batista (PS): — Termino, Sr. Presidente, perguntando ao Sr. Deputado se não acha
que o fretamento imediato poderia ser uma solução, ainda que existam limitações.
Termino dizendo que é preciso falar sério, que é preciso fazer política a sério.
Aplausos do PS.