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I SÉRIE — NÚMERO 6

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O próprio sindicato, numa audiência com o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, alertou para a situação

que veio, efetivamente, a ocorrer nesta altura, por ausência de meios de emergência alternativos que o conselho

de administração e o próprio Governo deveriam ter provido e em tempo útil.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Seguem-se agora mais três pedidos de esclarecimento.

Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Bruno Dias, do Grupo Parlamentar do PCP.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Heitor Sousa, esta questão

é da máxima importância, esta situação é da maior gravidade e vem confirmar e demonstrar que o PCP tinha e

tem razão nos alertas que tem vindo a fazer ao longo dos anos, em relação ao que está a passar-se nos

transportes públicos e no transporte fluvial, em particular.

O PCP teve já ocasião de apresentar, na comissão parlamentar, um requerimento no sentido de chamar à

Assembleia da República o Sr. Ministro do Ambiente e o conselho de administração da Transtejo e da Soflusa,

porque há uma discussão urgente a fazer sobre as medidas concretas que têm de ser tomadas para responder

aos problemas inaceitáveis que as pessoas estão a enfrentar no seu dia a dia, de forma cada vez mais gravosa,

como temos vindo a assistir.

Os utentes apresentam-se no terminal do Barreiro, para embarcar, e são confrontados com a supressão de

carreiras, com aglomerações de mais de 1000 pessoas em situação de enorme tensão e elevado risco e as

pessoas que estão a contar com o transporte para irem trabalhar, para irem para a escola, para fazerem o que

têm a fazer, são, de facto, confrontadas com uma situação de absoluto caos, que não pode continuar a verificar-

se.

Srs. Deputados, não podíamos ter chegado a este ponto! O transporte público não pode «fechar para obras»,

tinha de haver um plano de contingência para estes problemas, que eram previsíveis porque estavam nos

próprios certificados de navegabilidade e nos planos de manutenção, que tinham de ser cumpridos e não foram.

Não foram no anterior mandato, com o anterior Governo, e não foram no atual mandato, com o atual Governo.

Queremos aqui lembrar que, há dois anos e meio, recebemos nesta Casa o alerta dos trabalhadores e dos

seus sindicatos quanto ao plano de alineação de frota da Transtejo e da Soflusa, que se preparavam para abater

vários navios: Chiado, Algés, Alentejense, São Jorge eMartim Moniz, da Transtejo, Fantasia e Augusto Gil, da

Soflusa. Já foram referidos alguns, outros também foram na onda e alguns ficaram porque o PSD e o CDS foram

corridos do anterior Governo e não puderam continuar a fazer o que faziam.

Os trabalhadores e as suas organizações não andam a falar disto há dois dias e o PCP também anda a falar

disto há anos.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Srs. Deputados, talvez percebam agora melhor as lutas, as greves que os

trabalhadores fizeram para exigir respostas concretas.

O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Termino, Sr. Presidente, com esta ideia: não podemos deixar que apaguem a

memória ou que se fique com a ideia de que o crime compensa, mas o que é urgente e indispensável, acima de

tudo, nesta matéria, é que os problemas sejam resolvidos, que se acabe com esta situação insustentável, que

as pessoas tenham os transportes a funcionar, que tenham respostas concretas, que se passe das palavras aos

atos.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes.