12 DE OUTUBRO DE 2017
37
aferição estão a avaliar, porque elas não batem certo com o que tem vindo a ser público, que é a melhoria dos
resultados dos estudantes e da qualidade da educação na escola pública.
Repito: os resultados destas provas não batem certo com a melhoria da qualidade da escola pública em
Portugal e é preciso perceber porquê e saber se estamos a avaliar o sistema da forma que devíamos ou se
estamos, pura e simplesmente, a olhar para os programas de uma maneira cega e, se assim for, há um problema
de desenvolvimento de currículo e há um problema de programas.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou o seu tempo.
A Sr.ª JoanaMortágua (BE): — Termino, Sr. Presidente, perguntando à Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, uma
vez que ambas estamos de acordo em relação ao facto de a culpa não ser dos professores, como
lamentavelmente foi insinuado com a apresentação destes resultados no dia 4 de outubro, se está de acordo
com a criação de equipas de acompanhamento do currículo para percebermos se, afinal, o problema poderá
estar nos programas.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Mesquita, sou recorrentemente
acusada de não gostar da escola pública e, ao mesmo tempo, de me armar em grande defensora da escola
pública. Realmente, às vezes fico a pensar se o PCP será dono da escola pública e se é por essa razão que
não posso falar nesse assunto.
Achava que estávamos aqui todos — veja lá a minha ingenuidade, Sr.ª Deputada! — para discutir o bom
serviço de educação, seja praticado por quem for, mas aparentemente não é isso que estamos a discutir e a
mim está-me vedada uma parte do discurso. Infelizmente, não vou jogar esse jogo.
Aplausos do CDS-PP.
Estamos todos aqui, Sr.ª Deputada, com esse propósito. Portanto, devolvo-lhe a pergunta: vem a Sr.ª
Deputada a jogo quando o CDS apresentar propostas? É a mesma coisa. Muitas vezes, não vem a jogo. Por
exemplo, no ano passado, apresentámos a proposta da lei de bases do sistema de ensino…
A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Proposta que vamos reapresentar!
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — … e o PCP não quis discuti-la. Porquê? Porque aí os senhores não
querem mexer. Vá-se lá saber porquê! Até do PS têm medo nessa matéria.
A Sr.ª Deputada diz que tem propostas para apresentar — são 10, segundo percebi —, uma das quais sobre
a vinculação dos docentes. Essa proposta só peca por tardia. É que a Sr.ª Deputada até apresentou uma
apreciação parlamentar sobre o concurso anterior mas, depois, esqueceu-se de agendar a sua discussão.
Aparentemente, gostou do concurso anterior.
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Ora!
A Sr.ª AnaRitaBessa (CDS-PP): — O que se passa agora, Sr.ª Deputada? Qualquer coisa de muito
estranho aqui aconteceu que eu realmente não consigo explicar, mas deixo para si todas as explicações.
Quanto à Sr.ª Deputada Joana Mortágua, tem toda a razão. A aferição, mas também os exames, são uma
observação no tempo, são um ponto de observação ou, usando a sua imagem, são uma fotografia. Mas, quando
olhamos para a fotografia e não gostamos do que lá está, convém perceber se o problema é da máquina ou das
pessoas que estão na fotografia. Sinceramente, não me parece que o problema seja das pessoas que estão na
fotografia. Isso foi o que nós sempre criticámos. O problema é o instrumento, o problema é a aferição.