12 DE OUTUBRO DE 2017
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mas, Sr.ª Deputada, também lhe digo: a solução não passa por aquela que, por via dos senhores, passava em
2012, que era justamente ter fé de que chova! Essa não pode ser a nossa postura!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Peça à Cristas uma rezinha!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Já agora, deixe-me dizer-lhe outra coisa.
Não sei por que é que o CDS não apresentou na Assembleia da República, justamente em 2012, o projeto
de resolução — que ainda não tive oportunidade de ver minuciosamente — agora está a apresentar.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Estavam lá apresentadas medidas!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — É que em 2012, que me lembre, também houve um problema de
seca bastante acentuado e, na altura, as respostas do Governo face aos agricultores também não foram as
melhores.
Relativamente à questão que se coloca sobre as reservas de água, Sr. Deputado Renato Sampaio, também
não sou a favor que se torne o País numa reserva de água!
As reservas que temos já são suficientes, o problema é que elas não enchem se não chover e o problema é
que os nossos rios internacionais ficam com falta de água se Espanha retiver a água desses rios internacionais.
Daí que Os Verdes defendam efetivamente a reavaliação da Convenção de Albufeira, porque é uma questão
fundamental, especialmente nesta altura que estamos a viver.
Gostava também de referir, relativamente a algumas questões que o Sr. Deputado José Carlos Barros
colocou sobre a necessidade de poupança energética e de poupança da água, que poupar, tornar eficaz os
comportamentos com vista à preservação dos recursos, na nossa perspetiva, é fundamental. O Sr. Deputado,
de certeza, sabe que não faltam iniciativas de Os Verdes sobre essa matéria aqui, na Assembleia da República.
Por outro lado, é fundamental apostar na microprodução energética. O futuro passa por aí, não pela
megalomania, mas pela microprodução, designadamente ao nível solar.
Gostava ainda de dizer que concordo com a questão que foi levantada pelo Sr. Deputado João Ramos sobre
a necessidade de ter em conta as características do País e de potenciar culturas agrícolas tendo em conta as
suas características, porque aquilo que é…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente.
Como eu dizia, aquilo que é endógeno e que importamos significa, em termos de produção, justamente,
gastar mais recursos para os poder produzir e, por outro lado, temos também uma forte preocupação
relativamente à matéria da desertificação e das condições e recursos que são adaptados para responder a esse
problema.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para proferir a segunda declaração política desta
tarde, o Sr. Deputado José Cesário, do PSD.
O Sr. José Cesário (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Governo brindou-nos, nos últimos
dias, com mais uma decisão notável, bem demonstrativa do modo como encara a governação e a Administração
Pública. A Diretora e o Subdiretor do Serviço de Estrangeiros e Fonteiras foram afastados, alegadamente por
não terem cumprido os objetivos do Governo.
Ora, na semana passada, todos ouvimos nesta Assembleia o Sr. Primeiro-Ministro assumir com veemência,
como é seu hábito, a sua convicção de que a CRESAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a
Administração Pública) foi das coisas boas feitas no passado, ou seja, que as nomeações são baseadas em
critérios de competência. São suas, e só suas, as palavras dirigidas ao meu colega Hugo Soares a pretexto de
um caso de gritante compadrio ocorrido em Ovar. Não confia na CRESAP? Deixou de ser boa?
Pois bem, Srs. Deputados, como é possível conciliar esta declaração sonante com a demissão de Luísa Maia
Gonçalves?