I SÉRIE — NÚMERO 6
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — O senhor também se preparou muito bem à hora do almoço!
O Sr. José Cesário (PSD): — Cá estaremos para ver, Srs. Deputados, mas, seja como for, Sr. Deputado
Pedro Delgado Alves, responda categoricamente. O Partido Socialista tem de dizer aos portugueses porque é
que pôs em causa a competência de uma dirigente da Administração Pública para ceder às pretensões, às
exigências da extrema-esquerda.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para formular um pedido de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Sandra Cunha, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Cesário, é uma vergonha o que o PSD veio
aqui fazer hoje.
Poder-se-ia esperar que abandonassem este discurso populista anti-imigrantes, anti-estrangeiros depois da
derrota eleitoral de André Ventura, mas não.
Aplausos do BE.
Parece que o legado de Pedro Passos Coelho, com este discurso populista, é aquilo que o PSD quer
continuar a manter, também nesta Casa.
O PSD, com a sua intervenção, só mostra que continua absolutamente insensível aos problemas dos
imigrantes, dos trabalhadores, de quem vem para este País à procura de uma vida melhor, de quem, muitas
vezes, vem para este País à procura de salvar a vida, gente que trabalha, que contribui para a produtividade do
País e que faz os seus descontos, as suas contribuições em sede fiscal e em sede da segurança social e que
quer, somente, regularizar a sua situação, tendo estado impedida de o fazer por causa da discricionariedade do
SEF.
As alterações que foram introduzidas à Lei, por via da iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda, vieram
precisamente reduzir essa discricionariedade do SEF. Portanto, foram feitas no mais estrito cumprimento da lei.
O PSD e o CDS nunca se preocuparam com o aumento de chamadas ou com o potencial risco para a
segurança interna decorrentes dos vistos gold,…
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Bem lembrado!
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — … quando sabemos que os vistos gold servem muitas vezes para branquear
situações de branqueamento de capitais ou de evasão fiscal, entre outros crimes mais graves.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Bem lembrado!
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Com esses, os senhores não se preocupam. O vosso alvo são realmente os
trabalhadores, as pessoas mais pobres e aqueles que vêm para este País tentar construir a sua vida.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Sandra Cunha (BE): — Termino já, Sr. Presidente.
No que respeita ao SEF, apesar de o PSD querer fazer oposição nesta Casa, e, pelos vistos, não a consegue
fazer, através das instituições, como o SEF, a verdade é que o SEF tem de limitar-se ao cumprimento da lei.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Exatamente!