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12 DE OUTUBRO DE 2017

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Aplausos do PS, de pé.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, a título pessoal, enquanto coordenador dos

trabalhos desta Mesa e em nome da Assembleia, que se associa, naturalmente, a este meu cumprimento, quero

agradecer à Sr.ª Deputada, a todas as Deputadas e a todos os Deputados que deixarão de ser Deputados, os

serviços fantásticos que prestaram à democracia portuguesa neste contexto.

Aplausos do PS e de Deputados do BE.

Sr.ª Deputada, a Mesa regista quatro pedidos de esclarecimento. Como pretende responder?

A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Em conjunto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sendo assim, para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr.

Deputado João Vasconcelos.

O Sr. João Vasconcelos (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, queria agradecer-lhe o ter-

nos trazido o tema da descentralização, mas também não queria deixar de a cumprimentar e de desejar-lhe as

maiores felicidades no novo cargo que irá desempenhar, o de presidente de câmara.

Sobre a descentralização, todos sabemos que, passados 40 anos sobre a Revolução de Abril, Portugal

continua a ser um dos países mais centralistas da Europa. Sabemos que cerca de 90% dos recursos financeiros

do Estado são consumidos pelo Estado central e apenas 10% desses fundos são alocados às autarquias, logo,

o princípio da subsidiariedade está posto em causa.

A própria Constituição da República preconiza a descentralização e o princípio da subsidiariedade e defende

a descentralização de competências para as autarquias, as freguesias, os municípios e as regiões, ou seja, para

os órgãos eleitos diretamente pelas populações, com o que o Bloco de Esquerda está de acordo, porque não

temos ainda regiões administrativas.

Na proposta de lei-quadro que apresentou na anterior Sessão Legislativa, o Governo trouxe um pacote de

medidas a descentralizar, entre elas há muitas com as quais o Bloco de Esquerda concorda e outras com que

não concorda. Eram tão vastas essas competências que precisariam de uma discussão muito mais aprofundada,

mas, quando o Governo tentou, a todo o vapor, aprovar essa lei-quadro, essas competências, o Bloco de

Esquerda nunca poderia dar esse aval.

Entendemos que uma descentralização efetiva sem regionalização não é, efetivamente, uma

descentralização a sério, é uma falha grave e, nos documentos a que todos os grupos parlamentares tiveram

acesso, da parte do Governo não há uma única palavra, relativamente a um período mais ou menos distante ou

curto, sobre a regionalização. De facto, também entendemos que não deve haver descentralização de

competências…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Vasconcelos (BE): — … para órgãos não eleitos diretamente, como as comunidades

intermunicipais (CIM).

A questão que gostaria de deixar à Sr.ª Deputada é no sentido de saber se, tendo em conta que muitos

partidos, nomeadamente o Bloco de Esquerda, não concordaram com aquele processo — concordamos,

efetivamente, com muitas matérias —, o Partido Socialista estará disposto a prosseguir com o tema da

descentralização juntamente com o PSD.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro Castello-Branco para pedir

esclarecimentos.