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I SÉRIE — NÚMERO 9

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Quando eu disse aos portugueses que não é possível garantir que não volte a acontecer, não é uma

fatalidade que eu aceito, não é renunciar ao dever que tenho de tudo fazer para que não volte a acontecer, é,

pelo contrário, ter a consciência que todos temos, em primeiro lugar eu próprio, de tudo fazer para que não volte

a acontecer.

Aplausos do PS.

É para isso que é necessário termos a consciência dos riscos.

A primeira medida de prevenção é a de termos todos a consciência dos riscos, e isso pode ser politicamente

errado, pode ser até um erro político, mas é falar com verdade aos portugueses. Não gosto de cometer erros

políticos, mas não aceitaria mentir aos portugueses. Isso eu não faço!

Sr.ª Deputada, também lhe queria dizer que nem tudo decorre das alterações climáticas. Não, não decorre

tudo das alterações climáticas. É por isso que já disse — e repetirei as vezes que forem necessárias — que é

fundamental pôr em prática, concretizar em medidas, pôr em ação, tirar do papel as recomendações e as

conclusões de mais uma comissão designada por esta Assembleia.

Espero que aqueles que concordaram com a criação da comissão e aqueles que participaram na

unanimidade das deliberações da decisão, agora também estejam de acordo em pôr em prática e em manter,

no futuro, o sistema que vai ter de ser mudado.

Se há algo que é muito claro é que as coisas não podem ficar como estavam antes, porque a realidade que

nos envolve é hoje completamente diferente.

Sr.ª Deputada, na sua bancada, há pessoas que, tal como eu, também tiveram de gerir verões com incêndios

florestais e nenhuma dessas pessoas, tal como eu, alguma vez tinha passado por aquilo que passámos ao longo

deste verão.

A mudança fundamental tem a ver com as alterações da estrutura e as alterações da conjuntura. A floresta

está pior cada ano, o clima cada vez é mais condicionante e dois anos de seca criam condições únicas.

Esta não é uma questão de desresponsabilização, pelo contrário, é uma condição para nos

responsabilizarmos em relação ao facto de hoje ser preciso fazer mais e melhor, porque as condições são piores

do que eram anteriormente.

Aplausos do PS.

Sr.ª Deputada, quero dizer-lhe que, desde 2007, a lei flexibilizou as fases do risco de incêndio em função das

necessidades. Foi por isso que, na terça-feira passada, perante as indicações de que haveria alteração do risco

de incêndio nos dias seguintes, foram reforçados os meios humanos em mais 1000 efetivos, foram prolongados

os contratos dos meios aéreos que ainda estavam disponíveis e, na sexta-feira, foi feito um aviso operacional,

por parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que decretou alerta vermelho em todo País, que reforçou os

pré-posicionamentos dos meios e, ao contrário do que tenho ouvido dizer, relembrou que estavam proibidas

iniciativas, como as queimadas e outras.

O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Não, não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não diga que não, Sr. Deputado. Tenho comigo a cópia do aviso e é preciso

que toda a gente saiba que aconteceu.

É muito fácil tirar as responsabilidades. Eu assumo-as sempre, apuro-as sempre, mas sei bem que primeiro

pergunta-se e depois dispara-se e o que tenho visto muitas vezes é que, como é tanta a vontade de disparar,

nem se formula a pergunta, dá-se logo o tiro. Isso comigo não!

Aplausos do PS.

O Sr. PedroPassosCoelho (PSD): — Foi como o caso dos offshore! Só dispararam!

O Sr. Presidente: — Tem ainda a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.