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I SÉRIE — NÚMERO 12

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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … vai existir para ter uma sociedade justa, uma sociedade solidária, uma

sociedade que crie riqueza e que a possa distribuir.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, terminou o seu tempo.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Será sobretudo um governo que vai existir para não falhar como este

falhou.

Aplausos do PSD, de pé, e do CDS-PP.

Protestos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Carlos César.

O Sr. Carlos César (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais Membros do Governo, Sr.as

Deputadas e Srs. Deputados: Depois destes acontecimentos infelizes — e já antes deveria ser assim — temos

uma obrigação quase única, a de não derrotarmos a esperança dos portugueses com o debate inútil, com os

ataques pessoais e a diatribe grosseira e continuada, que hoje aqui vimos por parte do CDS e do PSD.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Depois de tudo o que aconteceu, tenho a certeza de que os portugueses estão a pensar, sobretudo, no que

tem de ser feito. E, se ao Governo cabe agir, à oposição cabe fazer com que ele aja e o faça da melhor forma.

A melhor forma de o fazer teria sido a de, assumindo as nossas responsabilidades coletivas, cada um propor

antes de se opor. Bem ao contrário do que o CDS desde logo quis fazer.

Se o CDS pretendia com esta moção de censura fazer com que o Parlamento assumisse um ato de

desconfiança perante o Governo, precipitou-se. Teremos em breve, nesta Assembleia, a discussão e a votação

do Orçamento do Estado e, nessa altura, ver-se-á quem tem a confiança de quem e qual é o Governo legítimo

de Portugal.

Aplausos do PS.

Nesse sentido, a iniciativa do CDS que hoje nos ocupa não foi um bom contributo. Mais valia que,

reconhecendo a impropriedade cívica da iniciativa, trocassem a moção de censura pelas propostas de que agora

falam e, de preferência, mais originais.

Cabe-nos, em todo o caso, não prolongar o ruído tentado, que só prejudica a ação que se reclama. No que

ao PS importa, cabe ouvir e incorporar o que de bom entenda que será ou foi já proposto, e o mesmo competirá,

certamente, ao Governo. Cabe-nos seguir o apelo da nossa unidade de propósitos e de ação, sublinhado pelo

Governo e pelo Presidente da República, cabe-nos fazê-lo com ou sem o PSD e o CDS.

Aplausos do PS.

Sr.as e Srs. Deputados: Temos de reerguer a confiança entre os que foram atingidos pelas severidades da

catástrofe, que devassou tantas regiões do País, que deixou marcas profundas com vítimas mortais e que

marcará para sempre a memória de crianças e de jovens que viveram momentos aterradores.

Temos de o fazer sem mais demoras e «rodriguinhos» técnicos e administrativos. Foi essa a mensagem

principal que os Deputados do PS mais apreenderam nestes dias, em contacto com as populações afetadas e

que se comprometeram a seguir no futuro.