O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 12

44

desde logo aos bombeiros de Portugal, por terem concorrido, com a sua abnegada contribuição e o seu enorme

esforço, para que a tragédia não fosse ainda maior.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A moção de censura não é proibida mas deve ser usada de forma

ponderada. É exatamente essa a forma como o CDS se posiciona neste debate, não prescindindo de um direito

que tem e não banalizando um ato que é um ato relevante e que não pode, de maneira nenhuma, ser banalizado.

Não nos deixamos condicionar pelos oportunistas, por aqueles que, não tendo discurso para defender o

Governo, acham que se podem esconder atacando a oposição. Esses, sim, são os oportunistas deste debate,…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … aqueles que não estão de um lado nem do outro, que têm

de dizer alguma coisa e que dizem alguma coisa sem, de facto, significarem absolutamente nada, porque são

absolutamente incoerentes entre aquilo que fazem e aquilo que dizem.

Aplausos do CDS-PP.

Mas vamos àquele que é o fundamento da moção de censura do CDS, da sua oportunidade. Quando existe

uma falha do Estado, quando existem mortes, quando existe a maior área ardida de sempre, quando existe a

repetição de eventos trágicos — Pedrógão e os dias 15 e 16 de outubro —, quem poderá dizer que nunca

apresentou uma moção de censura por motivos menos fortes do que estes?! Quem poderá dizer que, numa

democracia em que todos temos o dever de escrutinar quem representa o Estado, não são estes os motivos

mais relevantes para exercermos este direito e esta obrigação de apresentar uma moção de censura, quando,

estando na oposição, temos de representar aqueles que não se revêm em quem está no Governo e que se

sentiram traídos pela incapacidade de esse Governo lidar com os problemas que teve de enfrentar?! Mas pior:

quem pode entender que nos podemos abster de exercer a obrigação que temos de representar todos aqueles

que têm exatamente essa posição?!

Mas vamos analisar por contraposição: quem é que acredita que se, por acaso, o que aconteceu acontecesse

num Governo do PSD e do CDS aqueles que agora falam de oportunismo não seriam os primeiros a exigir que

se tirassem consequências?!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Então, é só uma birra!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Srs. Deputados, nós conhecemo-los bem, mas, mais importante,

o País também vos conhece muito bem.

Aplausos do CDS-PP.

O País sabe muito bem o que os senhores fariam se o PSD e o CDS estivessem no Governo e, portanto,

sabe que os senhores exercem uma profunda hipocrisia com a atitude que têm neste momento,…

Protestos de Deputados do PCP e de Os Verdes.

… porque fazem exatamente o contrário, em relação a um Governo do PS, do que aquilo que fariam se no

Governo estivesse o PSD e o CDS. E, por isso, o País sabe que os senhores não se movem pelos vossos

princípios, os senhores movem-se pela posição política em que estão e pelo interesse partidário que têm em

cada momento.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá lá dizer isso ao Largo do Caldas!