I SÉRIE — NÚMERO 12
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desde logo aos bombeiros de Portugal, por terem concorrido, com a sua abnegada contribuição e o seu enorme
esforço, para que a tragédia não fosse ainda maior.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A moção de censura não é proibida mas deve ser usada de forma
ponderada. É exatamente essa a forma como o CDS se posiciona neste debate, não prescindindo de um direito
que tem e não banalizando um ato que é um ato relevante e que não pode, de maneira nenhuma, ser banalizado.
Não nos deixamos condicionar pelos oportunistas, por aqueles que, não tendo discurso para defender o
Governo, acham que se podem esconder atacando a oposição. Esses, sim, são os oportunistas deste debate,…
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … aqueles que não estão de um lado nem do outro, que têm
de dizer alguma coisa e que dizem alguma coisa sem, de facto, significarem absolutamente nada, porque são
absolutamente incoerentes entre aquilo que fazem e aquilo que dizem.
Aplausos do CDS-PP.
Mas vamos àquele que é o fundamento da moção de censura do CDS, da sua oportunidade. Quando existe
uma falha do Estado, quando existem mortes, quando existe a maior área ardida de sempre, quando existe a
repetição de eventos trágicos — Pedrógão e os dias 15 e 16 de outubro —, quem poderá dizer que nunca
apresentou uma moção de censura por motivos menos fortes do que estes?! Quem poderá dizer que, numa
democracia em que todos temos o dever de escrutinar quem representa o Estado, não são estes os motivos
mais relevantes para exercermos este direito e esta obrigação de apresentar uma moção de censura, quando,
estando na oposição, temos de representar aqueles que não se revêm em quem está no Governo e que se
sentiram traídos pela incapacidade de esse Governo lidar com os problemas que teve de enfrentar?! Mas pior:
quem pode entender que nos podemos abster de exercer a obrigação que temos de representar todos aqueles
que têm exatamente essa posição?!
Mas vamos analisar por contraposição: quem é que acredita que se, por acaso, o que aconteceu acontecesse
num Governo do PSD e do CDS aqueles que agora falam de oportunismo não seriam os primeiros a exigir que
se tirassem consequências?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Então, é só uma birra!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Srs. Deputados, nós conhecemo-los bem, mas, mais importante,
o País também vos conhece muito bem.
Aplausos do CDS-PP.
O País sabe muito bem o que os senhores fariam se o PSD e o CDS estivessem no Governo e, portanto,
sabe que os senhores exercem uma profunda hipocrisia com a atitude que têm neste momento,…
Protestos de Deputados do PCP e de Os Verdes.
… porque fazem exatamente o contrário, em relação a um Governo do PS, do que aquilo que fariam se no
Governo estivesse o PSD e o CDS. E, por isso, o País sabe que os senhores não se movem pelos vossos
princípios, os senhores movem-se pela posição política em que estão e pelo interesse partidário que têm em
cada momento.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Vá lá dizer isso ao Largo do Caldas!