I SÉRIE — NÚMERO 16
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de carreiras dos militares das forças de segurança, dos oficiais de justiça, dos guardas prisionais ou até, imagine-
se, dos professores.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso quer dizer o quê?
O Sr. SérgioAzevedo (PSD): — Há um PCP que, lá fora, anda com o investimento público debaixo do braço,
mas que, cá dentro, aprova constantemente Orçamentos que representam as maiores quebras de investimento
público de que há memória em Portugal.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Protestos do PCP.
O Sr. Sérgio Azevedo (PSD): — Há um PCP, como ouvimos, que defende a cultura, mas que,
sucessivamente, tem aprovado Orçamentos que ficam abaixo da meta de 1% por eles tão reclamada e onde os
seus organismos autónomos veem as suas verbas cada vez mais diminuídas.
Também neste aspeto, há um PCP e um Bloco de Esquerda que, lá fora, acusam e denunciam o
imperialismo, o militarismo, o incremento da ingerência, e que, cá dentro, se escondem nas cadeiras e no silêncio
e se preparam para aprovar um Orçamento que define um aprofundamento da Política Comum de Segurança e
Defesa (PCSD) como não há memória.
Protestos do PCP.
As intervenções do PCP fazem-me sempre lembrar o Evangelho, segundo São Mateus, em particular as 12
bem-aventuranças: «(…) Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; (…)».
Mas, Sr.ª Deputada, a respeito desta questão do aprofundamento da Política Comum de Segurança e
Defesa, soubemos há pouco mais de uma hora, pela boca do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, que
Portugal participará no aprofundamento da cooperação estruturada permanente.
Protestos do PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Deputado, a intervenção feita foi sobre o orçamento para a cultura, foi
sobre o Orçamento do Estado!
O Sr. SérgioAzevedo (PSD): — A intervenção é sobre o Orçamento do Estado, Sr. Deputado. Eu sei que é
uma matéria incómoda e que os senhores estão envergonhados por irem aprovar um Orçamento que prevê um
aprofundamento da política de defesa europeia que vai contra tudo aquilo que os senhores sempre disseram,
contra o imperialismo, contra o militarismo e contra a ingerência.
Risos do PCP.
Mas há pouco mais de uma hora, Sr.ª Deputada, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou,
publicamente, a participação de Portugal na cooperação estruturada permanente.
Sabemos bem, Sr.ª Deputada, o que isso significa se a esta participação portuguesa aliarmos o Fundo
Europeu de Defesa. Sabemos bem, Sr.ª Deputada, que o Parlamento não foi ouvido sobre esta matéria.
Sabemos bem que foram feitas inúmeras diligências sobre esta matéria com vista à obtenção de
esclarecimentos e de documentação trocada entre o Governo e as instituições europeias. Aliás, no próximo
Conselho de Negócios Estrangeiros em que também participará o Sr. Ministro da Defesa, no dia 13 de novembro,
Portugal informará as instituições europeias dessa sua participação.
Queria saber, Sr.ª Deputada, cultura à parte, qual é a posição do Partido Comunista Português nesta matéria
e se o vosso voto continuará a ser envergonhado, neste Orçamento.