I SÉRIE — NÚMERO 16
40
Investir na construção dos novos hospitais, como o Sr. Deputado aí enumerou, mas para desvalorizar.
Sr. Deputado, se quer desvalorizar todos os esforços, é lá consigo, mas quero dizer-lhe também que há uma
medida muito importante: a criação dos tempos médios de resposta garantidos para as consultas nos cuidados
primários e serviços hospitalares, mas é óbvio que a capacidade para os cumprir implica, obviamente, a
rentabilização dos recursos disponíveis.
O reforço de recursos humanos, Sr. Deputado, principalmente médicos e enfermeiros, foi a grande aposta, e
vai continuar a ser. Recorda-se, Sr. Deputado, o que aconteceu a estes profissionais no Governo PSD/CDS?
Convidaram-nos a sair do País.
Mas tudo mudou, fizemos diferente e fizemos melhor, só os Srs. Deputados é que não veem.
Estamos conscientes de que não temos uma bola de cristal e de que, neste exercício de previsão, face aos
esforços que podemos constatar, houve, de facto, uma melhoria dos cuidados prestados, como vários estudos
e relatórios demonstram. O relatório de acesso a cuidados de saúde, ultimamente, tem referido esta realidade,
mas também a isto, e infelizmente, o Sr. Deputado não se quis referir.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Está enganada!
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Para terminar, Sr. Deputado, este Governo provou que foi
possível poupar na despesa sem penalizar os utentes. Infelizmente, o Governo PSD/CDS aumentou a despesa
e, principalmente, penalizou os utentes.
Foram tempos difíceis que os portugueses não esquecem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Santos.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Maria Antónia, saúdo e registo a sua
participação no debate e registo também que os partidos da situação a deixaram sozinha neste debate.
Protestos do Deputado do PS Fernando Rocha Andrade.
A guarda pretoriana que se encontra à vossa esquerda — à esquerda do Grupo Parlamentar do Partido
Socialista — escolheu não vir debater o Orçamento e a vertente do orçamento para a saúde. Entenda-se porquê
— eu entendo e imagino porquê —, a guarda pretoriana está a falhar e deixaram-na efetivamente sozinha a
defender a honra do Governo.
A guarda está a falhar porquê? Está a falhar porque estas opções do Governo estão materializadas no
Orçamento. Os novos hospitais, Sr.ª Deputada, é conversa!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — É piada!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Não tem qualquer expressão orçamental, é simplesmente «empurrar com a
barriga» e ganhar tempo.
Depois, como é que se explica, no conjunto dos partidos da situação e do seu entendimento com o Governo,
que a despesa com as PPP aumenta exponencialmente? Estavam previstos 333 milhões até ao fim deste ano,
em setembro já gastaram mais do que isso e para o próximo ano metem mais 133 milhões em cima.
Pergunta-se: como é que a guarda pretoriana vem a este debate explicar esta despesa com as PPP?
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não vem!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr.ª Deputada, como é que se explica que, em termos de Orçamento do
Estado, a despesa com pessoal reduza em 48 milhões de euros? Afinal, o Sr. Ministro Adalberto — onde está o
Ministro Adalberto? Não está! — anda a prometer progressão nas carreiras, novas carreiras, mais integração de
mais milhares de profissionais no SNS, anda a prometer, finalmente, as 35 horas para todos os enfermeiros e,