4 DE NOVEMBRO DE 2017
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O rumo do Governo reflete uma estratégia e uma ação que têm produzido resultados concretos e materiais
nas vidas das pessoas.
Acusam-nos de não fazermos reformas, o que é manifestamente falso. Mas ainda que a devolução de
rendimentos fosse a única transformação que este Governo estivesse a empreender, queremos que saibam,
Srs. Deputados da oposição, que, para nós, no Partido Socialista, essa é uma grande reforma e uma reforma
de que nos orgulhamos.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente, em si mesma, a devolução de rendimentos conduz o País a um patamar superior de justiça
social, depois de anos em que, com os Deputados da direita a apoiar um Governo da direita, todos, e em
particular os mais jovens, viram o seu futuro transformado num abismo.
Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, falava das diferenças que nos separam, e essas diferenças
começam mesmo na forma como perspetivamos o futuro e o futuro das novas gerações.
O PSD e o CDS há muito abandonaram o desígnio da construção de uma sociedade de oportunidades para
todos e desprezam a emancipação como um veículo fundamental para a autonomia dos cidadãos.
No conhecimento, no emprego, na habitação e na mobilidade, em todas estas áreas, o Governo tem agido
com diligência e o Orçamento do Estado para 2018 não interrompe esse caminho, nomeadamente com o
aumento do abono de família para mais de 130 000 crianças, com o alargamento das redes de creches e pré-
escolar, com o reforço da ação social, particularmente no ensino superior, com a valorização do sucesso escolar
e do ensino profissional, com a implementação de medidas como o contrato-geração, e com a devolução à
habitação de um papel crucial na definição das políticas públicas e com a dignificação do trabalho científico.
Sr. Presidente, este é um Orçamento que beneficia todas as gerações, mas que radica numa visão de futuro
muito diferente daquela que preconiza a direita representada neste Hemiciclo.
É que, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, no Grupo Parlamentar do Partido Socialista e no Partido
Socialista lutamos por uma sociedade de direitos e não por uma sociedade de regras arbitrárias em que cada
um fica entregue a si próprio; lutamos pelo rigor e pela sustentabilidade das finanças públicas, ao invés dos
experimentalismos perigosos e «austeritários» que constituíram a marca de água de um passado recente da
governação de direita entre 2011 e 2015; e lutamos pela inovação, pela incorporação de conhecimento como
pilares fundamentais de um modelo de desenvolvimento.
Não lutamos por uma sociedade em que os baixos salários e os despedimentos fáceis são o motor da
afirmação de Portugal na Europa e no mundo. Valemos mais do que isso!
Não esquecemos o muito que há ainda a fazer para recuperar o País da bancarrota social em que a direita
imergiu Portugal e os portugueses.
Protestos do PSD.
Reconhecemo-lo com humildade, apesar de também não esquecermos que, para o Governo da direita,
Portugal e os portugueses não eram bem a mesma coisa.
Mas, dois anos volvidos, com resultados que estão à vista de todos menos de quem, manifestamente, não
os quer ver, o problema da oposição é, porventura, o mesmo dos anos anteriores: para criticarem a governação
da forma como o fazem, só podem estar a olhar o País pelo espelho retrovisor e nele rever aquilo que lhe
fizeram.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Disse na discussão do Orçamento do Estado para 2017 o que hoje,
um ano depois, reafirmo: «Encaramos os portugueses com frontalidade, os pensionistas e os reformados, que
veem as suas pensões aumentar, não diminuir, os trabalhadores, que veem os seus rendimentos reforçados,
não enfraquecidos, e também os jovens, que têm razões acrescidas e substantivas para acreditar no futuro de
Portugal.»
O extremismo neoliberal continua a dominar a direita portuguesa. Houvesse nesta Câmara um verdadeiro
partido democrata-cristão e um partido social-democrata, para lá da sua designação, e a conclusão seria,
francamente, esta: a oposição jamais poderia rejeitar liminarmente esta proposta de Orçamento do Estado.