I SÉRIE — NÚMERO 16
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — De resto, é extraordinário que o mesmo Governo e a mesma maioria
de esquerda, ao mesmo tempo, ataquem a iniciativa privada com impostos e ataquem o Estado com cativações
nas suas funções mais básicas, reduzindo-o a um Estado mínimo.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Esse, Srs. Deputados, é o pecado original deste Orçamento e sabemos
que assim continuará em sede de especialidade. Qualquer alteração a este Orçamento será negociada ou
simulada, dois a dois, à porta fechada, nos gabinetes do Partido Socialista, do Bloco, do PCP e de Os Verdes,
o que não é bom para a democracia e também não ajuda a melhorar a vida dos portugueses.
Protestos do Deputado do PS João Paulo Correia.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: A presente Legislatura já vai a meio e o Governo
já está em funções há dois anos. Quem tem a responsabilidade por esta política é esta maioria e, por isso, já
era tempo de os senhores assumirem as vossas responsabilidades. Continuamos a ver aqueles que nos levaram
à bancarrota — e alguns deles, então, como agora, membros do Governo — e que fizeram o maior ataque ao
Estado social, que é a falência do Estado, a encher a boca dizendo que a responsabilidade é de quem esteve
mal no passado.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ouvimos agora Ministros que levaram o País à bancarrota falar de
uma política de austeridade, quando foram os primeiros e os últimos responsáveis por essa mesma austeridade.
Aplausos do CDS-PP.
Por isso, Sr. Presidente e Sr.as e Srs. Deputados da maioria, o Governo é vosso, a maioria é vossa, o
Orçamento é vosso e a irresponsabilidade também é vossa.
Este é o vosso caminho, não é o nosso, e, por isso mesmo, votaremos contra, na certeza de que estaremos
com isso a servir Portugal.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares para uma intervenção.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Este debate ficou marcado, em particular para as bancadas do PSD e do CDS, pela forma como demonstraram,
ainda hoje, aqui, que o passado os assola, a má consciência de um passado que ainda atormenta.
Como já perguntava o cantor, numa pergunta muito atual: «Como é que posso começar algo de novo com
todo o ontem que está dentro de mim?». Assim a direita pergunta como pode discutir um Orçamento do Estado,
quando não se consegue libertar do passado onde se encontrou no Governo anterior.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Isto agora tem corrido lindamente!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — A incoerência ainda anda colada e traz, conjuntamente, a falsidade.
Ouvíamos, há minutos, o PSD manifestar a sua extraordinária posição sobre as pensões e a forma como as
medidas deste Orçamento do Estado seriam aplicadas.