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I SÉRIE — NÚMERO 16

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Aqueles que não vivem bem consigo próprios nota-se que não vivem bem com os outros e insultam o País,

como o fizeram no passado. Provou-se agora, e está a provar-se a cada dia que passa, que não era inevitável

a política de cortes do PSD e do CDS. Era uma escolha ideológica que serviu para martirizar o País.

Quando eles repetem hoje, em 2017, que quando se aumenta o salário mínimo estamos a responder a

clientelas, quando aumentamos as pensões estamos a responder a clientelas, quando aumentamos o abono de

família estamos a responder a clientelas, percebe-se bem que são as pessoas, os trabalhadores, as

trabalhadoras, as crianças do nosso País que eles querem atacar e com quem estão chateados.

Sr.as e Srs. Deputados do PSD e do CDS, só têm motivos para estarem chateados convosco e, já agora, o

País também tem motivos para estar chateado convosco. Por isso é que vocês estão sentados na oposição.

Aplausos do BE.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Se olharmos para o passado percebemos que este Orçamento

apresentado por este Governo não é o Orçamento do Partido Socialista.

Não estava no programa eleitoral do Partido Socialista nenhum aumento de pensões, quanto mais

extraordinário.

Protestos da Deputada do CDS-PP Cecília Meireles.

Não estava no programa do Partido Socialista o fim da sobretaxa de IRS, como hoje já acontece para todos

os rendimentos até 80 000 € anuais.

Não estava no programa do Partido Socialista que no dia de hoje já nenhum trabalhador ou trabalhadora do

Estado tivesse cortes salariais. Se fosse esse programa, a realidade seria muito diferente.

Este Orçamento do Estado é o Orçamento do Governo minoritário do Partido Socialista que nasceu com os

acordos feitos à esquerda e que já incorpora medidas que o Bloco de Esquerda defendeu, quer no acordo inicial,

quer nas negociações posteriores. E ainda bem que essa política tem mudado e que há consequência das

escolhas públicas.

Mas este, Sr.as e Srs. Deputados, não é o Orçamento do Bloco de Esquerda.

Vozes do CDS-PP: — É, é!

Risos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Parte de um paradigma absolutamente diferente. Não seria um

Orçamento do Bloco que mostraria subserviência ao défice e às regras europeias nem lhe faltaria a coragem

para fazer a reestruturação da dívida pública.

Aplausos do BE.

Não teríamos a insuficiência de investimento público, particularmente nos serviços públicos essenciais, não

teríamos uma política de cativações que, apesar de mais transparente, ainda tem de ser revista, não teríamos

escondido o valor do investimento necessário para responder ao flagelo dos incêndios e ao desafio da

reconstrução do País e não faltaríamos à necessidade de retirar a troica de cima do Código do Trabalho e dos

direitos dos trabalhadores.

São paradigmas diferentes, opções de fundo que fazem a diferença, mas sabemos que nesta solução,

arranjada no período pós-eleições de 2015, nos batemos pela negociação de um resultado de 10%, com 19

Deputados, e, por isso, sabemos bem que estamos a trabalhar medida a medida, proposta a proposta, para

melhorar a vida das pessoas, garantindo que caminhamos para um horizonte de transformação muito mais

profundo.

Para melhorar este Orçamento do Estado, lembramos agora que o tempo do Governo terminou. O Governo

fez o seu trabalho ao entregar o Orçamento do Estado à Assembleia da República. Começa agora o tempo dos

grupos parlamentares para melhorarem esse Orçamento do Estado.