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I SÉRIE — NÚMERO 25

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mudar a estratégia das instituições, que não podem encarar a precariedade como uma facilidade de gestão,

porque a precariedade é má também para as instituições. A precariedade mata as instituições porque lhes rouba

a visão de futuro.

E isto está a ser feito com as novas regras para avaliação das unidades de investigação, que valorizam a

promoção do emprego científico, e com os planos de emprego científico das instituições, instrumentos

destinados a promover o abandono do paradigma da precariedade e a enraizar nas estratégias institucionais a

qualidade do emprego científico como parte das suas condições de sucesso.

Toda a obra que importa demora mais tempo do que desejamos. Mas, em matéria de emprego científico,

este Governo e esta maioria parlamentar têm dado passos significativos, que estão a concretizar-se e que nos

permitem continuar a fazer o que há a fazer pelo trabalho digno também na ciência.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Luís Monteiro.

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados:

A grande falácia do discurso governativo nesta área é que promete, justamente, aquilo que não quer fazer

cumprir.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Muito bem!

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Não vale a pena pedir às instituições que cumpram o decreto — e elas precisam

de o cumprir — se o Governo não faz atempadamente o seu trabalho de casa. Se não o faz, não vale a pena vir

aqui, como de costume, exigir às instituições que cumpram aquilo que ainda nem sequer está regulamentado.

Aplausos de Deputados do PSD e do CDS-PP.

Portanto, a confiança na ciência está em garantir que a lei é cumprida e que o Governo não fica à espera,

mas faz acontecer. E, como dizia, é comum, na narrativa do Partido Socialista, dizer que é preciso alterar a

lógica de funcionamento das instituições que não fazem o seu trabalho, nomeadamente no combate à

precariedade. E, neste caso, olhando também para um passado muito recente, não passou ainda um mês em

que o Bloco de Esquerda apresentou, em sede de especialidade do Orçamento do Estado, duas alterações

significativas, chumbadas pelo Partido Socialista, pelo Partido Social Democrata e pelo CDS-PP.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Bem lembrado!

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Tratava-se de alterações legislativas à lei da avaliação das instituições, que

colocava como parâmetros de avaliação a precariedade e um maior investimento em ação social.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Bem lembrado!

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Nós não podemos vir aqui pedir uma alteração na lógica de funcionamento das

instituições de ensino superior quando são os próprios PS, PSD e CDS que, ao trazermos aqui à discussão

propostas que vão obrigar e pressionar positivamente as instituições a combaterem a precariedade, chumbam

essas mesmas propostas.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Portanto, Sr. Deputado Porfírio Silva, do Partido Socialista, não vale a pena

continuar com um discurso redondo, porque já apresentámos aqui, nesta Legislatura, propostas de alteração ao

RJIES (regime jurídico das instituições de ensino superior) e o Partido Socialista chumbou-as.