13 DE DEZEMBRO DE 2017
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O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sei muito bem onde é que o Partido Comunista estava e onde é
que o Partido Comunista está, agora, quando usa a Autoeuropa como o palco de uma guerrilha política.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É assim que veem a política!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Deixem que a Comissão de Trabalhadores, que está a negociar
com os representantes legítimos dos empregadores, possa representar verdadeiramente os trabalhadores. É
ela que os representa.
Eu sei que os senhores nunca gostaram de um modelo de desenvolvimento social, de paz laboral, que existe
na Autoeuropa. Porquê? Porque nesse modelo são os trabalhadores que falam por si, são os trabalhadores que
se representam a si próprios, há uma comissão de trabalhadores legítima, que não precisa, muita vezes, de
sindicalistas que não conhecem as empresas, que nunca vão às empresas, que há mais de 20 anos não entram
pela porta de uma empresa.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — É assim que veem a política!
Protestos do PCP.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Esse é um modelo de que o Partido Comunista não gosta porque
dá liberdade aos trabalhadores, e os senhores enchem a boca com os trabalhadores mas, depois, na altura de
defender verdadeiramente os empregos, estão do lado de fora.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do BE e do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Mercês Borges, do Partido Social Democrata.
Srs. Deputados, agradecia que pudéssemos ouvir com tranquilidade a Sr.ª Deputada Mercês Borges.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Sr. Presidente, não sei se vai ser com tranquilidade, mas é aquilo
que, com certeza, desejo.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A mim, cabe-me apelar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito obrigada, Sr. Presidente.
Começo por saudar o CDS, na pessoa do Sr. Deputado Pedro Mota Soares, por ter trazido à colação neste
debate a questão da Autoeuropa, porque ela é verdadeiramente importante, não só para o País mas também
para o distrito de Setúbal. É nesse sentido que também aqui dirijo algumas questões ao Sr. Deputado.
Efetivamente, os anos que já passei na vida permitem-me ter várias experiências. Recordo-me de quando a
Autoeuropa se implantou no distrito de Setúbal, era a época das bandeiras negras, do desemprego, da pobreza.
Era essa época.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Está a falar da troica?
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Não, não estou, Sr.ª Deputada, mas era bom que conhecesse
esse tempo, era bom que conhecesse o tempo em que veio a Autoeuropa, que, há 20 anos, foi uma referência,
um exemplo para muitos trabalhadores, para o movimento sindical — que respeito —, e onde foi possível
construir o diálogo social, a concertação e a paz, produzir e criar riqueza, contribuir para o desenvolvimento do
distrito de Setúbal e do País, criar inúmeros postos de trabalho, deixar qualificação, deixar empregos
remunerados acima da média.