I SÉRIE — NÚMERO 27
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A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E pela boca morreu uma decisão, que foi a de impor o pagamento dos subsídios
de férias e de Natal em duodécimos para esconder o corte nos salários e o aumento da carga fiscal.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Ora aí está!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Essa é uma responsabilidade que o CDS e o PSD nunca vão deixar de ter.
Aliás, tenha em atenção o que dizia a epígrafe dessa proposta de lei. A epígrafe dessa proposta de lei dizia,
tão-só: «Estabelece um regime temporário de pagamento dos subsídios de Natal e de férias para vigorar durante
o ano de 2013.»
Ora bem, a gente já sabe o que é temporário para o PSD e o CDS: foi em 2013, foi em 2014, foi em 2015,
foi em 2016, foi em 2017, só não vai ser em 2018 porque o PCP contribuiu para a reposição desse direito. É
esse o contributo que deixamos.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Carlos Monteiro, diz-se, na
exposição de motivos do projeto de lei do CDS, que «a partir de 2013, e na sequência da ajuda financeira a
Portugal (…), o então Governo de coligação PSD/CDS instituiu o pagamento destes subsídios em duodécimos».
Mas, Sr. Deputado António Carlos Monteiro, a razão não foi essa, não foi a troica que obrigou o Governo
PSD/CDS a instituir o pagamento destes subsídios em duodécimos. Este mecanismo foi um truque que o
Governo anterior utilizou, com um único propósito, com um único objetivo,…
Protestos da Deputada do CDS-PP Cecília Meireles.
… que ficou muito claro: o que o Governo anterior tentou fazer foi com que as pessoas não tivessem bem a
noção do peso da carga fiscal que os senhores lhes impuseram.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Afirmaram isso! Disseram-no!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Portanto, o motivo foi a tentativa de amortecer os efeitos do volume
da carga fiscal que os senhores impuseram aos portugueses.
Depois, Sr. Deputado, na exposição de motivos do projeto de lei do CDS diz-se ainda: «Este regime foi
instituído, com base anual, nos Orçamentos do Estado, permitindo aos trabalhadores liberdade de escolha
quanto à forma do seu recebimento.»
Ó Sr. Deputado, que trabalhadores?! Que liberdade de escolha?! É que, quando dizemos «aos
trabalhadores», fica a ideia de que é para todos, o que não é verdade, como bem sabe, Sr. Deputado, já que os
trabalhadores da Administração Pública não tiveram qualquer possibilidade de escolher e também são
trabalhadores.
De valor, Sr. Deputado — de valor! —, seria o CDS ter proposto a liberdade de escolha para os trabalhadores
da Administração Pública quando o Governo que o seu partido apoiou e integrava decidiu o pagamento destes
subsídios em duodécimos.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
Protestos do Deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Isso é que teria sido de valor, Sr. Deputado! Isso é que teria sido
de valor!
Mas tenho uma pergunta para lhe fazer, Sr. Deputado: esta iniciativa, que o CDS hoje nos apresenta, é a
pensar em quem? Quem é que o CDS pretende proteger com esta iniciativa? E sabe por que é que faço esta