16 DE DEZEMBRO DE 2017
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pergunta, Sr. Deputado? Porque diz-se que «Quando a esmola é muita, o pobre desconfia», e eu acho que,
quando o CDS se mostra preocupado com os trabalhadores, os trabalhadores têm razões mais que suficientes
para desconfiarem.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
Protestos da Deputada do PSD Maria das Mercês Soares.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Carlos Monteiro.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato, ouvindo a sua
intervenção, percebi qual é o problema,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Ainda bem que percebeu!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — … é que a Sr.ª Deputada acha que o PCP tem o monopólio
da representação dos trabalhadores.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Percebeu mal!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Responda ao que foi perguntado!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — É o único partido que pode falar em nome dos trabalhadores!
Vozes do PSD e do CDS-PP: — É verdade!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Responda lá ao que lhe perguntaram!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — A Sr.ª Deputada não ouviu aquilo que a UGT (União Geral de
Trabalhadores) disse? A UGT disse que é favorável a esta iniciativa!
Protestos da Deputado do PCP Rita Rato.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — A UGT não representa nada?! É como a CGTP!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — E a Sr.ª Deputada vem pregar sobre a audição dos
trabalhadores?! A Sr.ª Deputada coordena um grupo de trabalho na Comissão de Trabalho sobre a transmissão
de estabelecimento e o projeto do PCP foi aprovado nesta Câmara sem ter havido consulta pública dos
trabalhadores!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tinha havido discussão pública!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — E os senhores aceitaram votá-lo nesses termos!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tinha havido discussão pública, o projeto foi agendado! Está a ser mentiroso!
Está a ser mentiroso!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Ah!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Portanto, Srs. Deputados, o que estranhamos é que os
senhores, que dizem que estão a favor dos trabalhadores, achem que não têm de se preocupar com a liberdade
dos trabalhadores.