O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE DEZEMBRO DE 2017

19

Preparava-se o terreno para a supressão dos dois subsídios, o que agora se continua, diminuía-se o impacto

financeiro sobre as empresas, falseava-se a negociação coletiva, alegando um maior rendimento mensal dos

trabalhadores, e criava-se-lhes, com isso, a ilusão de auferirem um maior rendimento mensal. Estes foram

aumentos virtuais, de facto, que a direita utilizou para escamotear o aumento brutal dos impostos.

Na situação desesperada que se viveu nos quatro anos do Governo anterior, é óbvio que estes subsídios

serviram para mitigar a situação e é isso que está em causa.

Ora, já no Orçamento do Estado para 2017, o PS foi sensível ao argumento de que um corte radical do

rendimento mensal poderia levar a um choque para as famílias e daí que tenhamos optado por uma solução

intermédia, uma solução equilibrada de 50/50 — 50% em duodécimos e 50% do valor dos subsídios.

De facto, em 2018, numa situação normalizada de devolução de rendimentos, de desbloqueamento da

negociação coletiva, de descongelamento de carreiras e de atribuição de benefícios sociais vários, nada, em

nosso entender, justifica a aprovação deste projeto de lei. Aliás, já agora, nada impede que, por acordo das

partes, 50% do montante dos subsídios seja pago em duodécimos. O que o PS não admite é que com o pretexto

de um falso aumento salarial se venham retirar direitos aos trabalhadores e se continue a desvirtuar o que a

legislação do trabalho já consagra.

Para terminar, que não se falsifiquem os aumentos salariais à custa do pagamento dos subsídios em

duodécimos, prejudicando amplamente a negociação coletiva, um processo negocial justo e realista.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Em nome do Grupo Parlamentar do PCP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, a diluição do pagamento do subsídio de férias e

do subsídio de Natal teve apenas um objetivo: a sua liquidação. O que o CDS e o PSD queriam, na verdade,

era a liquidação do 13.º e do 14.º mês,…

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não é verdade!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … para esconder uma política de cortes salariais e de aumentos de impostos.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não foi possível, porque a luta dos trabalhadores…

Vozes do CDS-PP: — Ah!…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … e a proposta do PCP no Orçamento do Estado teve a capacidade de repor um

direito, e é isso que, de facto, incomoda o CDS e o PSD. Para tudo o que significa reposição de direitos, não

podemos contar com o PSD nem com o CDS. É da vida, sabemos isso!…

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Os senhores ficam do lado de quem retira direitos, o PCP vive bem com o facto de ficar do lado de quem

repõe direitos e contribui para o desenvolvimento do País.

Mas, Sr. Deputado António Carlos Monteiro, há uma questão que ainda queríamos colocar relativamente à

proposta do CDS: o nosso País tem um modelo assente em baixos salários? Tem! Isso resolve-se, diluindo os

subsídios? Não! Resolve-se com uma política de valorização dos salários,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Ora aí está!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — … designadamente o aumento do salário mínimo para 600 €, de defesa da

contratação coletiva e de matérias que existem apenas em sede de contratação coletiva.