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16 DE DEZEMBRO DE 2017

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seu livre-arbítrio, se entende receber esse valor por inteiro, antes do gozo das férias e do mês de Natal, ou se,

pelo contrário, acha preferível majorar o salário mensal com os duodécimos desses dois salários adicionais, ou,

ainda, um misto em que, ao mesmo tempo, majore o salário mensal e receba metade dos subsídios nos prazos

estipulados.

A uns convirá mais um destes modos, a outros, um dos dois restantes. Essa é uma decisão que apenas a si,

trabalhador, e a mais ninguém dirá respeito, já que se trata do direito à retribuição pelo seu trabalho, de acordo

com o definido no artigo 59.º da Constituição da República Portuguesa.

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem! Liberdade de escolha!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — Há uma fronteira ideológica que, neste Parlamento, separa aqueles que

entendem que os trabalhadores são cidadãos de pleno direito, que possuem a capacidade de dispor do

rendimento do seu trabalho da forma como entenderem, constituindo-se, assim, como indivíduos, e os que, ao

invés, entendem que estes constituem uma classe cuja principal missão é a de lutar contra o capital,

constituindo-se, assim, como um coletivo anódino e manipulável em função dos interesses dos diretivos

partidários que comandam essa luta.

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Bem verdade! Bem verdade!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — Ora, se isso não é novidade para nós, a única originalidade radica no facto de

o Partido Socialista, pilar do sistema democrático e que sempre se caracterizou pela moderação e pelo

gradualismo, estar agora ideologicamente capturado pelos parceiros da geringonça, em matéria laboral. É que,

nesta barganha árdua de gerir o apoio parlamentar dos comunistas, o PS claudicou neste tema,…

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — O PS ainda nem falou!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — … preferindo, uma vez mais, em matéria laboral, alinhar do lado daqueles que

menorizam a capacidade de escolha do trabalhador.

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!

O Sr. Pedro Roque (PSD): — Porém, terá hoje a oportunidade de emendar a mão.

Da nossa parte, da parte do PSD, em coerência e não tendo qualquer dúvida relativamente ao valor da

liberdade individual, votaremos favoravelmente este projeto do CDS.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro para uma intervenção.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É caricato que o mesmo CDS, que

aprovou as alterações que foram feitas na anterior Legislatura contra os trabalhadores, venha falar da

importância que dá ao diálogo com os sindicatos e aos direitos do trabalho.

Não vimos esse diálogo com os sindicatos e a importância desses direitos do trabalho quando, por vossa

iniciativa, foram feitos cortes nos salários, foi alterada a legislação laboral, significando uma perda de rendimento

para os trabalhadores, foram feitas alterações fiscais contra os direitos dos trabalhadores e para lhes impor

menos rendimento,…

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Veja lá quem é que pôs o País na bancarrota!

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — … foram cortados feriados, obrigando os trabalhadores a fazer mais

quatro dias por ano de trabalho, sem ganharem mais.