I SÉRIE — NÚMERO 30
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Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero só deixar duas notas muito breves.
Uma primeira, que já referimos na nossa intervenção inicial, é a nossa disponibilidade para, em sede de
especialidade, podermos aprofundar muitas das questões que foram aqui colocadas relativamente à proteção
dos animais que são utilizados em circo.
Sobre a responsabilidade por parte do Estado de assegurar o bem-estar destes animais, o que nós, PCP,
consideramos ser prioritário relativamente a esta discussão é que eles possam ser recolhidos, tratados e
acolhidos da forma mais adequada, tendo em conta as especificidades e as características de cada um dos
animais.
Este é, no concreto, o aspeto que nos parece mais relevante relativamente a algumas questões que foram
aqui suscitadas.
Um outro aspeto que importa termos presente na nossa discussão e que também vai ao encontro de uma
proposta que o PCP aqui traz, nomeadamente a da necessidade de existirem no nosso País centros de
acolhimento para estes animais, é o de estarmos confrontados com a realidade de os animais apreendidos pelas
autoridades portuguesas acabarem por ficar à guarda dos seus proprietários nos circos, porque não há local
onde os colocar.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Creio que este é um aspeto que também devemos ter presente na nossa discussão relativamente a esta
matéria.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do PS, falando, em parte, em
causa própria, tem a palavra o Sr. Deputado Diogo Leão.
Risos gerais.
Aplausos de Deputados do PS.
O Sr. Diogo Leão (PS): — Muito obrigado, Sr. Presidente, por reconhecer o meu interesse na matéria.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Não gostaria de deixar aqui de reconhecer que foi um Governo do
Partido Socialista que, em 2009, produziu legislação pioneira sobre os animais de circo, em Portugal, e que essa
mesma legislação já definia como relevantes parâmetros como o bem-estar animal e já presumia esse mesmo
bem-estar como dificilmente compatível com a itinerância dos espetáculos circenses, para além de
explicitamente reconhecer a deficiente adaptação ao cativeiro das espécies selvagens ou exóticas e definir um
rumo de desaparecimento natural dos animais selvagens dos circos, dado que estabeleceu a proibição da
aquisição, reprodução ou importação de novos espécimes.
O que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista propõe aqui hoje é um passo coerente com o que defendeu
no passado. É uma evolução concreta, que vai ao encontro de um quadro de paulatina alteração de
mentalidades, a mesma mentalidade que concebeu que o bem-estar animal é hoje um valor social com maior
representatividade cívica e política, como denota a aprovação recente, neste mesmo Parlamento, do Estatuto
Jurídico dos Animais.
A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): — Muito bem!