22 DE DEZEMBRO DE 2017
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O Sr. Diogo Leão (PS): — Consideramos, portanto, oportuno interditar o uso de animais selvagens e exóticos
nos circos, mas não sem acautelar um período transitório, que pode ser, necessariamente, discutido em sede
de especialidade, para que profissionais e promotores desta atividade melhor consigam adequar e adaptar os
espetáculos que proporcionam a uma nova realidade.
Aplausos do PS e do PAN.
O Sr. Presidente: — Não havendo mais inscrições para intervenções no âmbito da discussão dos projetos
de lei n.os 695, 701, 703, 705 e 706/XIII (3.ª), passamos ao segundo ponto da ordem de trabalhos, que consta
da discussão, na generalidade, do projeto de lei n.º 708/XIII (3.ª) — Oitava alteração à Lei n.º 28/82, de 15 de
novembro (Lei da Organização, Funcionamento e Processo do Tribunal Constitucional), segunda alteração à Lei
Orgânica n.º 2/2003, de 22 de agosto (Lei dos Partidos Políticos), sétima alteração à Lei n.º 19/2003, de 20 de
junho (Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e das Campanhas Eleitorais), e primeira alteração à Lei
Orgânica n.º 2/2005, de 10 de janeiro (Lei de Organização e Funcionamento da Entidade das Contas e
Financiamentos Políticos) (PSD, PS, BE, PCP e Os Verdes).
Em nome do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado José Silvano, para uma intervenção.
O Sr. José Silvano (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As alterações a estas leis resultam de
uma necessidade imperativa de superar dúvidas de constitucionalidade, dar uma maior eficiência e eficácia à
fiscalização das contas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais e reduzir os atrasos na aprovação e
publicação dessas mesmas contas. Assim, constituiu-se um grupo de trabalho preparatório, com todos os grupos
parlamentares e sob um grande consenso, o consenso possível, para que estas questões fossem decididas.
A alteração mais importante é no sentido de a entidade responsável pela avaliação e pela aprovação das
contas não dever ser a mesma, para evitar a questão de inconstitucionalidade. Atualmente, é a mesma entidade
que aplica as coimas, por um lado, e aprecia os recursos, por outro, o que a lei prevê como uma
inconstitucionalidade.
O que prevemos nesta iniciativa é que seja atribuída à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos
(ECFP) a competência para investigar as irregularidades e também as ilegalidades das contas, bem como para
aplicar as respetivas coimas, e que daí haja possibilidade de recurso, com efeitos suspensivos, para o Tribunal
Constitucional, que depois decidirá, em plenário.
Para nós, esta é a grande alteração que esta iniciativa introduz, porque esclarece as dúvidas de
constitucionalidade, e as outras são pequenas alterações, que são importantes neste contexto porque ajudam
à celeridade da sua aprovação e também a que as notificações sejam feitas mais rapidamente.
As notificações têm de ser cumulativas, com comunicações por correio eletrónico, por um lado, e também
por correio registado. Só assim se tornam mais eficazes, porque atualmente algumas delas estão a demorar
mais de um ano, o que atrasa significativamente a aprovação das contas. Também os prazos que existem são
irrealistas e não fazem justiça aos atrasos que elas têm neste momento; passamo-los para um ano, porque
queremos dizer que não é com prazos irrealistas que se tomam decisões importantes e se culpabilizam as
entidades que não os respeitam. Atualmente, há contas que estão por aprovar há mais de três anos.
Pensamos, assim, que, com estas alterações, temos uma lei mais eficaz, mais eficiente, sem
inconstitucionalidades, capaz de dar resposta aos partidos e às campanhas eleitorais.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Lacão, para uma intervenção em nome do Grupo
Parlamentar do PS.
O Sr. Jorge Lacão (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Há cerca de um ano, o Tribunal Constitucional
tomou o impulso de chamar a atenção do Parlamento para sérias dúvidas de inconstitucionalidade relativamente
ao regime em vigor.
Em sequência, como o Sr. Deputado José Silvano sublinhou, criou-se um grupo de trabalho que, de forma
muito construtiva e num diálogo interinstitucional muito produtivo, aplanou as soluções de superação dessas