11 DE JANEIRO DE 2018
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O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — E as PPP continuam da forma como nós vemos.
Em relação a Braga, continuamos a ter uma resposta que, de facto, é surpreendente, porque, que eu saiba
— mas o Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde pode comprovar, ou não —, foi a ARS do Norte, à época,
que deu o seu aval favorável ao projeto de complementaridade para os doentes com esclerose múltipla e para
os doentes com VIH.
Por outro lado, Sr. Ministro, registo que à questão da prorrogação do contrato para o hospital de Cascais,
feita à socapa no Ministério da Saúde, questão que praticamente todas as bancadas levantaram, o Sr. Ministro
não respondeu uma única vez. Neste momento, na saúde, o desnorte é tal que, já na segunda fase do mandato,
já a caminho do final do mandato, pela ausência de estratégia, ausência de visão, o Ministro da Saúde decide
fazer o quê? Empurrar com a barriga, fazendo o outsourcing, uma nova lei de bases da saúde e ficar à espera
que o grupo de trabalho, mais um entre tantos outros, resolva a sua visão, a visão que este Ministério não
conseguiu ter.
Nós temos uma situação grave no País, pois continuamos a não registar os ganhos efetivos em saúde: os
aumentos da procura na saúde são o resultado de as pessoas estarem cada vez mais doentes pela ausência
de trabalho de saúde pública, quer ao nível de cuidados de saúde primários quer ao nível das comunidades ou
ao nível hospitalar; continuamos a ter um Serviço Nacional de Saúde em que os profissionais estão cada vez
mais desmotivados e são tratados cada vez pior; e doentes que precisam de resposta, que não têm.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem de terminar.
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — O Sr. Ministro tem responsabilidades e não pode continuar a fingir
que está tudo bem, porque não está.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra o Sr. Deputado António Sales.
O Sr. António Sales (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, é caso para dizer: bem prega Frei Tomás, faz
como ele diz, não faças como ele faz!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Parece que está a falar para a direita!
O Sr. António Sales (PS): — Vamos avivar a memória: em janeiro de 2015, Ministro volta ao Parlamento
para explicar medidas contra o «caos» nas urgências; em dezembro de 2014, Urgências do Amadora-Sintra
com tempo de espera superior a 24 horas;…
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Isso é passado! Isso é passado! Está no Governo há dois anos!…
Vozes do PS: — Estava tudo bem. Estava tudo bem, agora é que está mal!
O Sr. António Sales (PS): — … em janeiro de 2015, Urgências: caos quase terceiro mundista; em fevereiro
de 2015, Caos nas urgências: há «pessoas a gritar» e agressões a médicos; e, Srs. Deputados, para terminar,
em abril de 2015, com o caos instalado, o Sr. Secretário de Estado vem dizer, numa reportagem da TVI, como
se lembram: «O que nós vimos foram pessoas bem instaladas (…)».
Aplausos do PS.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — As coisas justificam-se com o passado?!
O Sr. António Sales (PS): — É caso para dizer, Sr. Ministro, cada qual sabe onde lhe aperta o sapato.