I SÉRIE — NÚMERO 39
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A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … fez com que saíssem, extemporaneamente, profissionais do Serviço Nacional
de Saúde. É verdade que esses profissionais fazem hoje falta, mas isso aconteceu por causa da política do
PSD/CDS-PP que os obrigou a sair porque cortou salários, aumentou o horário de trabalho e diminuiu o número
de profissionais nas equipas.
Protestos de Deputados do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Concluo, Sr. Presidente.
O PCP, com a força que tem e sem estar no Governo, apresentou propostas concretas, que estão hoje no
Orçamento do Estado, e é preciso que se lhes dê, de facto, concretização, pois melhoram a resposta pública e
beneficiam o Serviço Nacional de Saúde.
A pergunta concreta que lhe deixo, Sr.ª Deputada, é: está o CDS disponível para acompanhar aquelas que
são as propostas que o PCP inscreveu no Orçamento do Estado, tais como valorização e reforço dos cuidados
de saúde primários, investimento nos hospitais, contratação de médicos e substituição de trabalhadores com
vínculo através do recurso a empresas de trabalho temporário?
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada, tem mesmo de concluir.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Concluo, Sr. Presidente.
Está, de facto, o CDS disposto e disponível a apoiar esta política?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para responder, a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, agradeço as questões e comentários dos Srs.
Deputados Miguel Santos e Carla Cruz.
Sr.ª Deputada Carla Cruz, de facto, não resisto a dizer, aliás, como eu disse, daquela tribuna, que os
senhores vão repetindo um mantra de que não é convosco, mas, de facto, são os senhores que viabilizam esta
ação governativa.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Claro!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Aprovam o Orçamento!
Protestos do PCP.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Todo este ruído que fazem, para o resultado ser o de manter estas
políticas, ser o de manter aquilo que nós descrevemos e que os portugueses conhecem, que são factos, e é de
factos que estamos a falar, esta vossa inconsequência e ambiguidade é o que os portugueses não entendem.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. António Sales (PS): — Os factos são estes, que estão neste gráfico da evolução da despesa total do
SNS.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Não entendem esta ideia de que à segunda, quarta e sexta querem
apoiar o Governo e de que à terça, quinta e sábado dizem que estas políticas levam a maus resultados. Em que
ficamos, afinal?!