25 DE JANEIRO DE 2018
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Protestos do PCP.
Insisto, o Governo é este, e é este Governo que há dois anos e tal não toma decisões, o que, aliás, foi muito
bem ilustrado pelo Sr. Deputado Miguel Santos, depois do que eu disse ali, naquela tribuna, ao dizer que a forma
de governar deste Governo é, de facto, fazer grupos de trabalho!
Protestos do PS e do PCP.
É, de facto, uma inovação, mas não vai ao encontro das necessidades dos portugueses. Mais: quando nos
tinham anunciado que acabou a austeridade, o que vemos, em termos de investimento para a saúde?
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Vemos o investimento nos hospitais.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Subiu o investimento, face ao PIB? O PIB até aumentou, mas — é
interessante! — não temos aumento no investimento, não passámos dos 5,4%. Relativamente a anos anteriores,
a despesa total com a saúde não aumentou!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Diminuiu!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Onde estamos, então, em termos de prioridade política, que nem
na percentagem do PIB é refletida?
O que eu queria, aqui, dizer é que é falso que nós estejamos contra o Serviço Nacional de Saúde — é de
uma falácia tremenda! —, é falso que não tenhamos apresentado propostas de consenso, como já aqui disse.
E, no que concerne, Sr.ª Deputada, às taxas moderadoras, convirá dizer, para não fazer demagogia e como
dizem todos aqueles que estudam o sistema de saúde, que não são as taxas moderadoras que inviabilizam o
acesso dos portugueses aos cuidados de saúde.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — São, sim!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Mais, a senhora, que gosta tanto de ir revisitar o passado para
justificar erros do presente e daqueles que agora têm de tomar decisões, teria de ver que foi precisamente no
anterior Governo, por proposta do Governo, que foi feito o maior alargamento da isenção de taxas.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sabe porquê? Por causa de uma política de empobrecimento, que levou à
pobreza milhares e milhares de portugueses!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, não se exalte.
Portanto, em abono da honestidade intelectual, teria de dizer que as taxas moderadoras não financiam mais
do que 1% a 2% do Serviço Nacional de Saúde e não são, seguramente, elas o cerne desta discussão. Mais,
não são a justificação para os problemas que este Governo está a deixar crescer e que não está a resolver para
os portugueses.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Portanto, temos, de facto, ineficiência dos serviços públicos, temos um Governo mais preocupado com o
défice e com a dívida, à custa da degradação do Serviço Nacional de Saúde, e temos partidos que o apoiam e
que não fazem mais do que proclamar, mas não buscam soluções.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Não é verdade!