26 DE JANEIRO DE 2018
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Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.as e Srs. Deputados, vamos passar ao período de encerramento do
debate da interpelação ao Governo n.º 16/XIII (3.ª).
Assim, para a intervenção de encerramento, por parte do Partido Socialista, tem a palavra o Sr. Deputado
João Paulo Correia.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Todos
sabemos da importância dos fundos comunitários para a economia nacional e da oportunidade que representam
para o reforço da competitividade, da coesão e da convergência.
A estratégia Portugal pós-2020 tem vindo a ser construída e conduzida pelo Governo com base numa
consulta pública abrangente e participada, alargada a todo o território nacional, envolvendo entidades locais,
regionais e nacionais.
Debater o pós-2020 significa debater o futuro do País.
É um debate que não pode ser sacrificado por uma qualquer correria para a fotografia do primeiro país a
assinar o acordo de parceria com a União Europeia, como fez o anterior Governo, que colocou em causa a
construção estruturada, ágil e eficaz do Portugal 2020.
Aplausos do PS.
É um debate que merece uma reflexão profunda, realista e aberta.
É um debate que não pode incorrer em preconceitos estratégicos, como fez o anterior Governo PSD/CDS,
que diabolizou o investimento rodoviário nas negociações com Bruxelas, excluindo-o da comparticipação do
Portugal 2020.
É um debate que deve ser construído no mais amplo consenso social e político, é um debate mobilizador,
que convoca os agentes políticos, económicos e sociais, a Administração Pública, os parceiros sociais e a
sociedade civil.
A década de 20/30 terá de ser uma década de convergência com a União Europeia.
Sr.as e Srs. Deputados, os 30 anos da participação portuguesa na União Europeia estão repartidos por três
períodos distintos: forte convergência entre 1986 e o ano de 2000; estagnação e divergência entre 2000 e 2015,
comprovada por uma taxa de crescimento média anual do PIB apenas superior à italiana e à grega; e um novo
momento de convergência centrado em 2017, com a economia nacional a crescer acima da média da zona euro
e acima da média da União Europeia.
Os últimos dois anos apresentam resultados de uma governação com sentido estratégico, que tem levado à
alteração do perfil de especialização da nossa economia e à melhoria global dos indicadores do mercado de
trabalho. É o produto do plano nacional de reformas que tem sido implementado numa perspetiva de médio
prazo e que tem respondido com sucesso aos principais desafios que o País enfrenta.
A melhoria da condição económica e social é, portanto, um forte ponto de partida para a definição das
prioridades políticas e dos objetivos estratégicos do Portugal pós-2020.
É necessário um trabalho que identifique o conjunto de fragilidades que limitam o aproveitamento dos nossos
recursos e potencialidades.
O PIB português continua a depender fortemente das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, que
representam mais de 60% do PIB nacional. Torna-se assim imperioso acelerar a convergência interna entre
regiões.
O modelo económico errado adotado pelo anterior Governo levou o País a uma recessão prolongada e a um
empobrecimento generalizado.
Apesar da recuperação económica dos últimos dois anos, há fatores internos que ainda condicionam um
processo de convergência mais consistente e que devem ser encarados como desafios inevitáveis: a elevação
do nível de qualificação dos portugueses; a redução do desemprego jovem e do desemprego de longa duração;
a consolidação do sistema financeiro; e o aprofundamento do modelo económico baseado na qualidade e
inovação.