I SÉRIE — NÚMERO 40
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A Sr.ª Maria Adelaide Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs.
Deputados: Todos reconhecem o papel determinante que os fundos estruturais têm tido para a Madeira e para
os Açores, que apresentam, como sabem, constrangimentos permanentes devido ao distanciamento, à
dispersão geográfica, à pequena dimensão e à fragilidade das nossas economias, reconhecidas, aliás, pelo
estatuto de região ultraperiférica.
Na nova comunicação sobre as regiões ultraperiféricas, recentemente aprovada, é proposta uma nova
abordagem para melhor responder às necessidades específicas de cada uma das regiões ultraperiféricas.
Apesar dos aspetos positivos desta comunicação, há algo que nos preocupa e que se prende com a ausência
de referências claras e de diferenciação na política de coesão para as regiões ultraperiféricas, e de referência
aos fundos estruturais FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) e Fundo Social Europeu, que,
como sabemos, são fundos fundamentais para modernizar e diversificar as atividades económicas dos nossos
arquipélagos.
Por este facto, a preparação dos pós-2020 tem, para as regiões autónomas, uma importância vital.
Neste contexto, a pergunta que lhe coloco, Sr. Ministro, é a de saber que trabalho tem sido desenvolvido pelo
Governo no sentido de garantir que são preservados os instrumentos de que beneficiam estas regiões e de
como serão envolvidas as regiões autónomas na preparação e discussão da nova estratégia para o pós-2020.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados:
Há uma questão incontornável neste debate, que é a do posicionamento do Estado português face às supostas
inevitabilidades da União Europeia e das suas opções políticas.
O que se tem verificado é o aprofundamento do federalismo, a escalada militarista, com as restrições ao
orçamento comunitário que nos querem impor, a centralização crescente dos poderes e processos de decisão
em Bruxelas — veja-se o CEF (Connecting Europe Facility), o plano Juncker, etc. — mas também a privatização
desses processos, que referíamos há pouco, entregues eles próprios a consultoras multinacionais com tudo o
que isso pode implicar de conflitos de interesses.
Assistimos à complexidade de uma inenarrável burocracia, que pode agora não sujar as mãos de tinta mas
que amarra as entidades por via eletrónica. Sem esquecer que o próprio enquadramento político dos acordos
de parceria — que depois determina os contornos do quadro plurianual — é de uma subjugação de tipo colonial
verdadeiramente inaceitável, como se verificou já no atual quadro, com a infame condicionalidade
macroeconómica a levar mais longe a ingerência e a imposição de constrangimentos.
E, entretanto, a tal Europa da coesão, tão propagandeada para este processo de integração capitalista, já é
deitada borda fora do discurso das grandes potências.
A verdade, e que o Governo não ignora, é que a tal convergência de Portugal com a União Europeia acabou
em 2000 com a introdução do euro!
Quando cai a máscara, ganha-se em clareza e percebe-se quem é quem. Mas não pode haver tabus e
inevitabilidades na defesa do interesse nacional, do nosso desenvolvimento e da nossa soberania perante estas
estratégias de dominação que se vão evidenciando cada vez mais na União Europeia.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Paulo Rios de
Oliveira.
O Sr. Paulo Rios de Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs.
Deputados: Esta intervenção do PCP dá-nos uma boa perspetiva de como funciona e a coesão que tem a
geringonça que nos governa.