I SÉRIE — NÚMERO 40
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É por isso que só posso felicitar o Governo por ir mais além nessa ambição de fazermos um quadro, de
fazermos um programa, de termos uma visão que vá para além do mero quadro temporal de um quadro
comunitário de apoio.
Sei, Sr. Deputado António Costa Silva, pelo seu passado, pela sua experiência, pela sua participação na
gestão dos instrumentos de planeamento, que o Sr. Deputado poderá ajudar-nos a cumprir este desafio e com
a sua participação, a sua boa vontade e a sua afirmação partidária levar o seu partido, também no congresso
nacional que vai ter, a participar neste esforço nacional, que é o esforço que os portugueses nos exigem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Costa Silva.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr. Presidente, antes de mais, quero agradecer ao Deputado Ascenso
Simões a questão que me colocou.
Mas não entendo o que é que não percebeu, porque o PSD apresentou 12 propostas para 2030, para a
discussão que está em cima da mesa. Curiosamente, muitas dessas propostas são também defendidas por
Deputados do Partido Socialista que se encontram no Parlamento Europeu, que também concordam com elas,
também as defendem. É curioso, Sr. Deputado, têm a mesma visão e a mesma estratégia, só não percebo é
porque é que o Parlamento português está acorrentado, se calhar, a uma certa ideologia que está aqui nesta
Sala. Talvez devam ter cuidado no discurso que proferem.
Sr. Deputado, o PSD está disponível para esta discussão, para uma discussão de futuro. Espero é que o Sr.
Deputado não fique preso, não fique a parecer aquele elemento do passado que me faz lembrar o «escriba
acocorado», neste caso no reino da Lusitânia.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Margarida Marques.
A Sr.ª Margarida Marques (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs.
Deputados: O tempo que antecede as negociações dos quadros financeiros plurianuais é sempre um tempo de
grande tensão ao nível europeu.
Em cada período passado ouvimos sempre: os fundos iriam ser reduzidos ou, por exemplo, após o grande
alargamento em 2004, para o quadro 2007/2013, os novos países iriam obrigar a reduzir o envelope financeiro
dos países da coesão.
O que é facto é que, finalmente, tem-se conseguido um envelope financeiro satisfatório, sendo o problema a
sua afetação a prioridades dos governos que chegam a meio do percurso da execução dos quadros.
Todos nós conhecemos bem a estratégia, ou a falta dela, na negociação do anterior Governo com a
Comissão Europeia.
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Margarida Marques (PS): — Havia uma pressa: sermos os primeiros. Não se acautelaram os
interesses nacionais.
Este Governo teve a lucidez de não renegociar o quadro. Teríamos ganho em coerência política, mas
teríamos atrasado a execução. Fizeram-se os ajustes possíveis.
Podemos observar hoje — os números falam por si — que, com políticas concretas e objetivos económicos
e sociais claros, os beneficiários tradicionais, incluindo as autarquias e as empresas, puderam e estão a
beneficiar dos fundos estruturais destinados à promoção da competitividade e à criação de emprego. Com muita
imaginação, negociação e eficácia na gestão. Sendo que, apesar de Portugal estar bem colocado no ranking da
execução ao nível europeu, estamos ainda aquém do ótimo.