8 DE FEVEREIRO DE 2018
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que tantos alunos não concluem o secundário na idade de referência. Precisamos de pensar se será preciso
mudar o modelo de acesso ao ensino superior, para dar outra respiração ao secundário.
Precisamos de saber porque é que há escolas que têm sucesso a enfrentar contextos adversos e a dar o
melhor do mundo aos seus alunos, o que é que as diferencia e como é que podemos multiplicar as lições que
essas escolas nos dão.
E, claro, precisamos de continuar a reforçar as políticas certas para que todos possam concretizar o direito
a aprender.
Precisamos de continuar a aplicar o modelo de avaliação ao serviço das aprendizagens, em vez da avaliação
ao serviço da seleção.
Precisamos de continuar com a aferição, confiando nas escolas, que estão a saber adaptar as suas
estratégias e planificações aos resultados dos relatórios da aferição.
Precisamos de continuar o programa de promoção do sucesso escolar, porque esse tem de ser o nosso rumo
fundamental.
Precisamos de continuar com a autonomia e flexibilização curricular, para que os professores e toda a
comunidade educativa tenham mais margem para fazer o que sabem fazer tão bem.
Dar informação pública sobre as aprendizagens? Sim! Sim! Mas respeitando o trabalho que é feito pelos
alunos como pessoas e não apenas como examinandos e respeitando o que se faz em todas as dimensões da
aprendizagem e não apenas nas disciplinas com exame.
Trabalhamos para que esse seja o foco de todo este exercício.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado Porfírio Silva, inscreveram-se, para pedir
esclarecimentos, cinco Srs. Deputados. Como pretende responder?
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Respondo aos primeiros dois Srs. Deputados e, depois, aos três subsequentes,
Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Muito bem, Sr. Deputado.
Tem, então, a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Nilza de Sena.
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Sr.ª Presidente, antes de mais, cumprimento o Sr. Deputado Porfírio Silva
por ter trazido as matérias da educação a este Plenário.
Queria começar por lhe dizer, Sr. Deputado, que a sua intervenção fez-me pensar de que têm medo o Partido
Socialista e o Governo. Por que é que o Partido Socialista e o Governo têm medo dos rankings que são
publicados?!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Têm medo das suas próprias insuficiências?! Têm medo daquilo que não
fazem?! Têm medo da política que não existe?! De que é que têm medo, Sr. Deputado?
Ouvi o Sr. Ministro dizer que não gostava muito dos rankings mas que era importante ter alguma informação.
E também ouvi o Sr. Diretor-Geral dizer que eram um instrumento importante. Portanto, não percebo esta deriva
derrotista do Sr. Deputado aqui, nesta tarde. É que os rankings têm um propósito. Do que eu gostaria era de
que, com os resultados dos rankings, o Governo fizesse alguma coisa, porque eles mostram-nos muita coisa.
O Sr. Deputado diz «precisamos disto, precisamos daquilo», enfim, precisamos de várias coisas, mas o que
lhe pergunto, na verdade, é por que é que o Governo não o faz.
Mais: o Sr. Deputado critica os rankings, mas estão há dois anos e meio no Governo. Se não gostam dos
rankings, por que é que não acabam com eles? Essa coragem existe só para vir dentro de portas dizer que os
rankings não servem e não prestam um bom serviço, porque, depois, não há uma medida a favor da
transparência e da informação que seja coerente com aquilo que disse aqui.